Do seu olhar afeito a precipitações,
eu tiro porções de amor tão desiguais
que me lembram porque existem guerras
e me dizem porque acreditar na paz,
me lembram que o mundo tem jeito,
e me dizem que não existe um mundo mais...
Quando você chora
o Rio chora também,
chora e nem percebe
o quanto empalidece.
Quando você chora
eu prefiro nem viver,
porque se você chora
não quero estar vivo pra ver.
E do seu olhar afeito a precipitações
eu tiro porções desmedidas de milagres,
eu tiro um mundo inteiro,
tiro uma copa do mundo,
uma terceira grande guerra,
um novo Deus, uma nova era,
do fundo dos teus olhos arranco um oceano e mil naufrágios,
eu tiro vários e vários corações partidos,
eu viro um mundo inteiro de ponta cabeça.
Mas quando você chora,
quando precipita de fato,
ah, que fardo,
que fado ruim de cantar.
É que quando você chora
ninguém mais pode sorrir,
é que quando você chora
de repente se faz tão difícil existir.
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