segunda-feira, 31 de outubro de 2016
O homem só
Não há nada com charme no mundo moderno
que possa sobrepor o charme de um homem sozinho,
da solidão do ser humano,
da complexidade e da tristeza das escolhas
que levam uma vida a espalhar-se sozinha
pelos anos de existência que lhe restam.
Não há nada que me convença
que um homem só não pode ser feliz,
nem os olhos vazios, nem o sorriso roto
de quem não sorri pra ninguém,
de quem esqueceu como é,
de quem só lembra da felicidade distante.
Não, não há nada nessa vida moderna que possa me fazer mudar de idéia,
o sofrimento do homem só, é como algo que me preenche,
semeia os campos plenos e vazios de minha alma
com os arbustos que tem as mais doces amoras,
e não há nada que possa mudar isso, não.
O homem só, tem a paciência dos anjos,
paga suas penitências em vida e nem sente,
o homem só e sua barba por fazer trazem pra perto
a tristeza e a compreensão que só quem sofre por amor também possui,
só quem sofre repetidamente por amor também possui.
Ah, o homem, entidade desesperada por amor e compreensão,
e o sofrimento do homem, do que se trata essa obstinação para com os fins?
Se são os meios que nos moldam,
se são os outros que nos marcam, e nós aos outros, e o mundo a todos.
Ah, o homem só, e sua barba grisalha, sua vida em eterno ponto facultativo,
tudo provisório, tudo em flutuante condição,
sempre leve, suspenso pelas horas do dia e da noite, ele, o homem só,
ele que poderia ser em sua juventude de alma
o personagem de qualquer romance,
ele que tendo sua nobreza e paz de espírito
poderia ser a égide incansável de qualquer mulher,
ele, o homem só, essa criatura tão contraditória e encantadora.
Que enquanto homem só, apenas carrega sua tristeza pelos cantos,
por entre os homens felizes e as mulheres que poderiam ser felizes consigo,
que dribla a cidade movediça e seus passantes,
ele, homem só, que sendo ele homem feliz,
seria o mais feliz dos homens.
Que não sendo homem só, que sendo apenas homem,
como os outros homens e suas famílias,
seria o maior dos homens, seria enorme seu coração,
e não esse emaranhado tão pequeno,
esse monte de nós tão justos que nunca se desatariam.
E não, ainda acho que não há nada na vida
da solidão do ser humano,
da complexidade e da tristeza das escolhas
que levam uma vida a espalhar-se sozinha
pelos anos de existência que lhe restam.
Não há nada que me convença
que um homem só não pode ser feliz,
nem os olhos vazios, nem o sorriso roto
de quem não sorri pra ninguém,
de quem esqueceu como é,
de quem só lembra da felicidade distante.
Não, não há nada nessa vida moderna que possa me fazer mudar de idéia,
o sofrimento do homem só, é como algo que me preenche,
semeia os campos plenos e vazios de minha alma
com os arbustos que tem as mais doces amoras,
e não há nada que possa mudar isso, não.
O homem só, tem a paciência dos anjos,
paga suas penitências em vida e nem sente,
o homem só e sua barba por fazer trazem pra perto
a tristeza e a compreensão que só quem sofre por amor também possui,
só quem sofre repetidamente por amor também possui.
Ah, o homem, entidade desesperada por amor e compreensão,
e o sofrimento do homem, do que se trata essa obstinação para com os fins?
Se são os meios que nos moldam,
se são os outros que nos marcam, e nós aos outros, e o mundo a todos.
Ah, o homem só, e sua barba grisalha, sua vida em eterno ponto facultativo,
tudo provisório, tudo em flutuante condição,
sempre leve, suspenso pelas horas do dia e da noite, ele, o homem só,
ele que poderia ser em sua juventude de alma
o personagem de qualquer romance,
ele que tendo sua nobreza e paz de espírito
poderia ser a égide incansável de qualquer mulher,
ele, o homem só, essa criatura tão contraditória e encantadora.
Que enquanto homem só, apenas carrega sua tristeza pelos cantos,
por entre os homens felizes e as mulheres que poderiam ser felizes consigo,
que dribla a cidade movediça e seus passantes,
ele, homem só, que sendo ele homem feliz,
seria o mais feliz dos homens.
Que não sendo homem só, que sendo apenas homem,
como os outros homens e suas famílias,
seria o maior dos homens, seria enorme seu coração,
e não esse emaranhado tão pequeno,
esse monte de nós tão justos que nunca se desatariam.
E não, ainda acho que não há nada na vida
que explique a beleza do homem sozinho,
a beleza do homem sozinho se comparado aos outros homens vivos,
ele que é esse ser aprisionado em procrastinação domingueira infinita,
que é essa existência que reside numa desmesura de ócio,
de tédio que semeia, rega e colhe,
semeia, rega,
e encolhe o coração.
a beleza do homem sozinho se comparado aos outros homens vivos,
ele que é esse ser aprisionado em procrastinação domingueira infinita,
que é essa existência que reside numa desmesura de ócio,
de tédio que semeia, rega e colhe,
semeia, rega,
e encolhe o coração.
Pecados
Já tem tempo que me encontro num lado mais turvo da vida,
tenho medo das coisas, das belezas todas se esvaírem,
sofro por antecipação um sofrimento que parece que nunca vai existir,
morro de medo do câncer, do câncer nas mãos.
Me encolho diante do pensamento na cegueira, na dos olhos e da mente,
não consigo acreditar no futuro doloroso que me espera,
não, sinto não ter estômago pro calvário que me aguarda,
às vezes o suicídio me parece algo tão piedoso diante das dores todas do mundo.
Mas escondo isso tudo, só me faço verdadeiro diante das letras do alfabeto,
diante do álcool e das drogas, dos padres e das meninas mortas,
dos cães e dos psicólogos.
Já tem tempo que vivo essa vida de natureza morta,
representado e interpretado, mas, sempre faltando com a verdade,
sempre mais forte que a realidade,
sem carregar os medos, tão leve quanto falso,
tão triste que ninguém pode imaginar a verdade.
Cerceado pelos medos absurdos e engraçados, pelas coisas bobas e coisas trágicas,
transbordado pelas vontades do mundo,
largando de lado sua faceta mais rara,
sua parte mais cara...
O prefácio escrito com apinhamento pelos deuses mais bondosos,
largado de lado, deixado pra lá, trocado pelo mundo turvo,
pelo todo incerto que a vida traz, escravizado pela fachada,
liberto pelos pecados.
tenho medo das coisas, das belezas todas se esvaírem,
sofro por antecipação um sofrimento que parece que nunca vai existir,
morro de medo do câncer, do câncer nas mãos.
Me encolho diante do pensamento na cegueira, na dos olhos e da mente,
não consigo acreditar no futuro doloroso que me espera,
não, sinto não ter estômago pro calvário que me aguarda,
às vezes o suicídio me parece algo tão piedoso diante das dores todas do mundo.
Mas escondo isso tudo, só me faço verdadeiro diante das letras do alfabeto,
diante do álcool e das drogas, dos padres e das meninas mortas,
dos cães e dos psicólogos.
Já tem tempo que vivo essa vida de natureza morta,
representado e interpretado, mas, sempre faltando com a verdade,
sempre mais forte que a realidade,
sem carregar os medos, tão leve quanto falso,
tão triste que ninguém pode imaginar a verdade.
Cerceado pelos medos absurdos e engraçados, pelas coisas bobas e coisas trágicas,
transbordado pelas vontades do mundo,
largando de lado sua faceta mais rara,
sua parte mais cara...
O prefácio escrito com apinhamento pelos deuses mais bondosos,
largado de lado, deixado pra lá, trocado pelo mundo turvo,
pelo todo incerto que a vida traz, escravizado pela fachada,
liberto pelos pecados.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Te esperar
Me pego agoniado pensando em você,
eu sinto tanta falta do teu palpitar,
do quente do teu peito,
do teu jeito meio arfante de falar.
Eu lembro das tuas costas,
tuas covas muito bem dispostas,
as marcas do astro rei em ti...
E estou tão incompleto,
absorto, um ser deserto,
tomado de um hiato astral.
Ainda sou teu prisioneiro,
um homem pelo meio,
partido, intempestivo,
eu vou seguindo muito mal.
Até quando ando de luto?
Eu sempre me pergunto,
aonde é que isso vai parar.
Nunca fui muito duro,
sou frágil e imaturo,
meu mundo sempre foi você...
E agora me pego aqui pensando nisso,
eu sinto tanta falta,
eu vivo pra te ver voltar.
Ando de guarda baixa
esperando os teus segredos,
teus medos e o teu bem estar,
o quente do teu peito,
teu arrependimento,
eu treino sempre o que eu vou falar...
Porque ainda sou teu prisioneiro,
o mesmo homem pelo meio,
partido pela vida, eu só vivo a te esperar.
eu sinto tanta falta do teu palpitar,
do quente do teu peito,
do teu jeito meio arfante de falar.
Eu lembro das tuas costas,
tuas covas muito bem dispostas,
as marcas do astro rei em ti...
E estou tão incompleto,
absorto, um ser deserto,
tomado de um hiato astral.
Ainda sou teu prisioneiro,
um homem pelo meio,
partido, intempestivo,
eu vou seguindo muito mal.
Até quando ando de luto?
Eu sempre me pergunto,
aonde é que isso vai parar.
Nunca fui muito duro,
sou frágil e imaturo,
meu mundo sempre foi você...
E agora me pego aqui pensando nisso,
eu sinto tanta falta,
eu vivo pra te ver voltar.
Ando de guarda baixa
esperando os teus segredos,
teus medos e o teu bem estar,
o quente do teu peito,
teu arrependimento,
eu treino sempre o que eu vou falar...
Porque ainda sou teu prisioneiro,
o mesmo homem pelo meio,
partido pela vida, eu só vivo a te esperar.
Meio do nada
Eu minto quando digo que não sinto seu amor nos olhos,
e eu quase sempre faço cara de poucos amigos,
eu quase sempre finjo que não ligo,
e então, eu fico aqui nesse meio do nada,
perdido entre o amor e essa solidão.
E eu minto, minto quando digo que não sofro,
que não sinto falta de estar ao seu lado.
Porque eu quase sempre vivo a vida assim,
estático, vendo o tempo passar,
esperando algo do mundo, alguma coisa que talvez nem chegue,
esperando alguma resposta pras minhas preces mais chorosas.
E então, eu fico aqui, largado nesse meio do nada,
perdido entre todo amor e toda dor que a vida traz.
E eu minto toda vez, minto pra não sentir mais nada,
porque eu quase sempre tive que viver assim pra estar em paz,
eu quase sempre tive essa tristeza pra me consolar,
enquanto esperava do mundo um milagre,
enquanto esperava que algo me arrebata-se.
E então, eu fiquei aqui, desse jeito, no meio de um imenso nada,
perdido entre tudo aquilo que eu não quis mudar
e todas as coisas boas que a vida ainda me traz.
e eu quase sempre faço cara de poucos amigos,
eu quase sempre finjo que não ligo,
e então, eu fico aqui nesse meio do nada,
perdido entre o amor e essa solidão.
E eu minto, minto quando digo que não sofro,
que não sinto falta de estar ao seu lado.
Porque eu quase sempre vivo a vida assim,
estático, vendo o tempo passar,
esperando algo do mundo, alguma coisa que talvez nem chegue,
esperando alguma resposta pras minhas preces mais chorosas.
E então, eu fico aqui, largado nesse meio do nada,
perdido entre todo amor e toda dor que a vida traz.
E eu minto toda vez, minto pra não sentir mais nada,
porque eu quase sempre tive que viver assim pra estar em paz,
eu quase sempre tive essa tristeza pra me consolar,
enquanto esperava do mundo um milagre,
enquanto esperava que algo me arrebata-se.
E então, eu fiquei aqui, desse jeito, no meio de um imenso nada,
perdido entre tudo aquilo que eu não quis mudar
e todas as coisas boas que a vida ainda me traz.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Deixa ficar
Toda minha portugofilosofia me trai durante o dia,
a noite me fascina, a tristeza é que me faz bem,
as horas de chuva me lavam a alma mais que o mar,
o amor dos deuses me purifica,
o penar por todas as esquinas.
Tudo isso é o que me mantém de pé,
talvez não da melhor maneira,
mas é o que me mantém vivo e sorrindo,
porque os dias já não me dizem nada,
eles são cheios demais, tem cores demais, pessoas demais,
e eu não sou afeito a efusividades,
me chegam as saudades, as minhas caras metades,
as infindas lonjuras e todas as vontades.
Eu sou feito de belezas, como são todos os meus irmãos,
somos feitos do toque de um grande Deus,
somos todos deuses pagãos.
Mas isso só me ocorre a noite,
o dia não nos deixa divagar,
somos como prisioneiros de tudo que a vida tem pra dar,
só equanto a noite não cobra nada,
só enquanto ela não chega e nos deixa ficar.
a noite me fascina, a tristeza é que me faz bem,
as horas de chuva me lavam a alma mais que o mar,
o amor dos deuses me purifica,
o penar por todas as esquinas.
Tudo isso é o que me mantém de pé,
talvez não da melhor maneira,
mas é o que me mantém vivo e sorrindo,
porque os dias já não me dizem nada,
eles são cheios demais, tem cores demais, pessoas demais,
e eu não sou afeito a efusividades,
me chegam as saudades, as minhas caras metades,
as infindas lonjuras e todas as vontades.
Eu sou feito de belezas, como são todos os meus irmãos,
somos feitos do toque de um grande Deus,
somos todos deuses pagãos.
Mas isso só me ocorre a noite,
o dia não nos deixa divagar,
somos como prisioneiros de tudo que a vida tem pra dar,
só equanto a noite não cobra nada,
só enquanto ela não chega e nos deixa ficar.
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
Nada novo
Devolva-me as satisfações que lhe dei,
que eu esqueço você, e toda dor que lhe causei,
faço que tudo não tenha sido nada além de um engano,
eu não penso duas vezes e te abandono.
Devolva-me todas as luas no céu que nós vimos,
e as caetanices todas que eu te ensinei,
as minhas frases feitas
que te faziam sorrir, devolva-me.
Amor, eu sou mesmo esse estranho agora,
um homem qualquer, um erro como foram os outros,
eu sou esse estranho agora,
e o mundo escuro e triste sem você,
de nada me incomoda.
Não tenho nada novo para te contar,
nenhuma tristeza,
o dia amanheceu, estava muito frio aqui,
e eu lembrei de você num arrepio.
Não tenho nada novo para te contar,
nenhuma felicidade,
o dia amanheceu de novo, estava tão frio aqui,
e eu lembrei de você num arrepio.
que eu esqueço você, e toda dor que lhe causei,
faço que tudo não tenha sido nada além de um engano,
eu não penso duas vezes e te abandono.
Devolva-me todas as luas no céu que nós vimos,
e as caetanices todas que eu te ensinei,
as minhas frases feitas
que te faziam sorrir, devolva-me.
Amor, eu sou mesmo esse estranho agora,
um homem qualquer, um erro como foram os outros,
eu sou esse estranho agora,
e o mundo escuro e triste sem você,
de nada me incomoda.
Não tenho nada novo para te contar,
nenhuma tristeza,
o dia amanheceu, estava muito frio aqui,
e eu lembrei de você num arrepio.
Não tenho nada novo para te contar,
nenhuma felicidade,
o dia amanheceu de novo, estava tão frio aqui,
e eu lembrei de você num arrepio.
Assinar:
Postagens (Atom)