quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Meio do nada

Eu minto quando digo que não sinto seu amor nos olhos,
e eu quase sempre faço cara de poucos amigos,
eu quase sempre finjo que não ligo,
e então, eu fico aqui nesse meio do nada,
perdido entre o amor e essa solidão.

E eu minto, minto quando digo que não sofro,
que não sinto falta de estar ao seu lado.
Porque eu quase sempre vivo a vida assim,
estático, vendo o tempo passar,
esperando algo do mundo, alguma coisa que talvez nem chegue,
esperando alguma resposta pras minhas preces mais chorosas.

E então, eu fico aqui, largado nesse meio do nada,
perdido entre todo amor e toda dor que a vida traz.

E eu minto toda vez, minto pra não sentir mais nada,
porque eu quase sempre tive que viver assim pra estar em paz,
eu quase sempre tive essa tristeza pra me consolar,
enquanto esperava do mundo um milagre,
enquanto esperava que algo me arrebata-se.

E então, eu fiquei aqui, desse jeito, no meio de um imenso nada,
perdido entre tudo aquilo que eu não quis mudar
e todas as coisas boas que a vida ainda me traz.

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