segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Dias perdidos

Mais um dia perdido
em uma noite com um céu de estrelas teimosas
que perto das quatro horas nem pensavam em se apagar.

Estrelas dobradas, refletidas nessa paz de água e sal,
mortas, vivas, lindas...

Jogando dúvidas nessa vida leviana sem igual,
nessas pistas molhadas,
nas leis e linhas escritas com sangue e lágrimas,
bordando as camas de gato pras os teus olhos embreagados,
pras os que vivem guiados pelos teus passos cadentes, atordoados.

Passos de uma vida nas madrugadas
que não possuem nenhuma nobreza.

De uma vida feita toda de descaso
jogada sem medo nas mesas...

Mesas sujas, envoltas em desacato,
nessas terras que já não possuem nenhuma realeza.

Essas são minhas lembranças,
coisas de um tempo em que todas as noites eram de rei
ainda que terminadas nas camas de tatame...

E que todo discurso por mais inteligente que fosse
tinha o mesmo valor de uma conversa com as paredes.

Dias perdidos com gosto,
por noites que tiveram outros encantos,
mostraram caminhos, mudaram pensamentos mesquinhos,
levaram pessoas que eu nunca imaginei vivendo longe, mas que deixei ir.

Trouxeram outras que agora são mais importantes
e revelaram depois de tanto tempo amores que eu nem pude sentir.

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