segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Classe

Ela é uma desclassificada,
mas me dobrou...
Ela é maluca, é toda errada.

Mas com aqueles olhos verdes
foi só bater o santo que me conquistou.

Ela vive louca, mas tem classe.
Você precisa ver como ela segura o cachimbo de crack.

Duas da manhã, desce um chopp
desce dois, desce mais...

Enquanto sobe o sol, aperta um
e vamos juntos ver no céu o que é que tem demais.
Ver o que é que tem de bom pra amanhã de manhã
nas areias do nosso Leblon.

Ela é uma desclassificada,
mas me dobrou.
É maluca, é viciada.

Mas com aqueles olhos de melancia
foi só bater o santo que me conquistou pra toda vida.

Ela vive louca, mas tem um charme, tem beleza.
Você precisa ver como ela estica uma carreira...

Já passam de três da tarde, e as cortinas defumadas
espalham o cheiro de veneno que vem do tecido chileno no sofá.
Comprado nas férias de um ano não tão distante em que você decidiu esquiar.

E o sol não da uma trégua na sua quadra,
ferve o mundo bem alí na barão com a garcia d'ávila.
Desde cedo bate e espanca as trevas,
numa luta lisérgica, no meio dessa sala imensa e infecta,
gritando que dia de festa também é véspera de muita dor.

Hoje não há quem respire e fique puro,
nesse lugar não há uma alma que não corra pra se abrigar num canto escuro.

Ela é uma desclassificada
mas me dobrou...
É decadence avec elegance e por isso aqui estou.

Vidrado nesses olhos verde-rubros
de menina e cocaína...

Que matam e esquartejam qualquer rastro de monotonia.

Que petrificam almas detestáveis a distância.

Que sorriem como em eterno cinismo.

Que fecham, somem e apagam sempre no vazio...

Numa única constante, é como um vício.

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