Há dias que não vejo o sol morrer
porque ando ocupado ao seu nascer.
E durmo pra não ver,
eu durmo pra não mais sofrer...
Assistindo o que ele leva nesse precoce clarear,
despertando quem é de cama,
esquentando o sangue da calçada...
Enquanto isso eu sigo, sigo leve,
leve, luz do sol!
Sofrendo a preguiça do que eu não vivi,
sentindo nos olhos dores do que eu nem vi.
Luz do sol, eis aqui o seu hino maior.
Que também é o meu lamento maior...
A vida como ela é,
nem sempre é como deve ser.
E os ares quentes de dezembro
quase sempre me deprimem sem um porque.
Luz do sol,
ninguém sabe como pesa esse calor de andar aqui,
de sem querer se pegar sorrindo pro horizonte.
De ter que levar, traduzir na cor a esperança
e sem dó marcar na pele com orgulho toda essa andança.
Luz do sol,
vem trazer as meninas pras pedras
e rolar a bola na areia.
Vem lembrar que todo o dia que raia,
vai ser quente como o sangue latino dessas veias.
Há dias que não vejo o sol morrer
porque ando ocupado ao seu nascer.
E durmo pra não ver,
eu durmo pra não mais sofrer.
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