Eu precisava dizer alguma coisa
mas o sono me atormentava...
Eu só tinha negações engatilhadas,
só conseguia listar o que eu detestava,
nada era lindo demais, nada me consolava.
Indo pelos cantos
rezando entre quatro rebocos,
observando seres ocos,
tentando não desencantar.
Vagando, suplicando aos céus o dom de não me repetir.
Pensando, constatando o quanto não é vasto o meu vocabulário.
Olhando pra todos lados,
mentalizando não ser assaltado.
Lançando a alma na madrugada,
chutando as pedras portuguesas e rindo à toa.
Mudando o meu caminho pra que tudo fosse mais bonito,
despejando confiança pelos olhos pra seguir de vento em popa,
pra esquecer novas lembranças na Lagoa.
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