sexta-feira, 22 de novembro de 2013

1957

Tem tempo que eu não tenho conseguido
destilar meus pensamentos,
as palavras estão fugindo
e eu me sinto mais inútil a cada dia,
a cada hora que passa...

Eu venho me esforçando,
mas me sinto adoentado vivendo mudo.

Acho que me falta um tiquinho de tristeza,
assim bem no diminuto mesmo,
bem sincera também,
aquela tristeza bem do fundo.

Quase sempre isso passa,
é fase, é só ter calma, aguarda,
relaxa...

Só que a vida é muito ruim assim,
eu preciso jogar no papel,
preciso ver mundo,
cantar, falar do céu, do mel da boca das meninas,
das suas delícias,
dos corpos celestiais despejando charme pelas ruas...

Preciso do dom da palavra
antes de mais nada,
eu só quero poder dizer,
poder jogar no ar qualquer besteira...

Preciso de um megavocabulário,
de um novo cérebro,
um hd com mais espaço.

Eu preciso ler livros,
ter filhos e filhas,
plantar uma árvore,
uma floresta,
comprar um jaguar
mil novecentos e cinquenta e sete.

É...

Quase sempre passa.

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