quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Trip

Surpreendentemente
ela me apareceu
e disse qualquer coisa engraçada
que me fez rir
e não querer mais nada.

Investi dois mil réis nuns embrulhos,
eu toquei minha vida sem fazer barulho,
injetei uns produtos, esqueci dos orgulhos,
eu fiz o que devia fazer...

E faria tudo de novo, eu faria tudo de novo,
viveria tudo de novo, só pra ver,
os seus olhos como na primeira vez.

Branca de neve me dê o seu cartão,
se espalhe no espelho, não diga que não...

E se ajeite sujeita,
que cê é pura,
mas só me usa que eu sei.

Sei bem que esse deleite,
num fundo nem tão fundo assim,
é só um enfeite pra viver em paz
nesse universo de ingratidão.

Rastejando no mármore
de um mundo sem regras,
se perdendo nas viagens
a bordo de tapetes persas...

E veja, admire toda essa falta de importância,
sinta um pouco desses romances
empoeirados nas estantes...

Deslize seus olhos nas paredes e me encontre lá,
ao lado do lindo e emoldurado impressionismo,
do retrato, do abstrato, dos realismos,
e a natureza morta... quem se importa?

Art nouveau, art déco,
expressionismo, futurismo,
construtivismo russo!

É tudo lindo, é tudo fluxo,
é puro, colorido, doce, revestido de sabor.

É medo e delírio, loucura e desespero,
é só o efeito do meu papel pequeno... no mundo!

É o efeito do meu quarto,
do quarto que frita na língua o escuro do mundo,
do mundo que eu fujo dissolvendo os meus cristais.

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