Eu vi...
e ela tinha os olhos
de quem poderia
engolir o mundo inteiro.
Eu vi...
e ela em seu todo peculiar jeito de ser
atuava em frequências distintas,
quase nunca espectro visíveis...
Revelando por pouco,
quando não por acidente
alguns detalhes sutis dos cantos sombrios
onde costumava se abrigar...
Cantos esses onde vivia se escondendo das possibilidades
que tinha no seu infinito universo singular.
Eu vi...
e ela só vivia nas margens pra socorrer,
pra estar também nos momentos inconjugáveis,
nutrindo esperanças...
Tendo como representante, mandatário e procurador,
o mantra dos corpos, da vida entre os copos,
dos fogos no céu, o teatro da carne, a sétima arte.
Eu vi...
e ela reverberava esse incansável espetáculo
com uma aura abençoada, em canduras,
cercada da luz de todo papo hype
e anti-high-society que se pode imaginar...
Assinando embaixo do que consta
nos nunca publicados manuais da alta cultura,
nas bíblias milenares,
nas palavras que foram aprisionadas
nos ares dos fins de tarde.
Ó luz divina,
majestosa arte,
representante de toda vida,
Ó graciosa rainha do mundo,
do mar, do ar, do par do céu,
a lua e o sol.
Ó magnífica multiplicadora incalculável
que reina onipotente no azul,
no infinito negro espaço,
no grande mistério do tempo...
Deusa da ilusão, dona do indizível,
dos olhos que devorariam o mundo...
Tende piedade de nós!
E perdoe os homens
que não sabem o que dizem.
Nos proteja em suas lágrimas
ainda que elas sejam derramadas em nosso nome,
por nossa causa...
E nos entregue qualquer das suas grandezas,
queremos ser seu orgulho.
Tende piedade de nós!
E perdoe os homens,
porque eles não sabem o que dizem.
Eles não sabem de nada.
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