Meus bruxos todos são poetas da vida,
são reis e ratos,
roqueiros derrotados, sambistas vira-latas,
pedaços inseparáveis da minha história,
das minhas horas de vôo...
Meus bruxos todos são meninos e meninas,
donos das purezas que o mundo não teve tempo de roubar,
são velhos e eternos jovens,
gente que não perde tempo
e tem tempo de sobra pra jogar.
Todos eles são fortes e frágeis,
tem naturezas obscuras e límpidos olhares,
vivem das mais diversas maneiras,
rastejam e voam, socorrem e matam,
fogem das cartilhas sociais...
Meus bruxos são anjos,
são gênios do mundo,
caídos em terra
e erguidos no céu...
Perversos, depravados,
poetas delinquentes, viciados,
passadores de emoção,
espectadores de toda agonia rasa,
das meninas vivas,
dos corações em brasa...
São eles soldados sem casa,
presos no exercício marcial da desconstrução de tudo,
das descobertas, da beleza,
do encantamento, do sublime
e da rendição tragicômica
aos vaticínios terríveis da vida...
E todos esses me entregam em suas particularidades,
em seus passos leves pela tristeza da carne;
a paz do espírito e o caos dos chakras,
extremos estranhamente imersos num transe quase sexual...
Juntos eles são as minhas diversas polaridades,
termino por ser uma dissolução
de todos eles, de tudo isso...
Palavras repetidas,
páginas roubadas,
linhas sublinhadas nos livros,
partituras amareladas,
tristezas remasterizadas,
regravações; infinitas partições
de corações espiritualmente interligados.
Meus bruxos todos são poetas da vida,
são mestres, são minhas delícias,
minhas lágrimas e riso...
Meus bruxos todos tem o meu coração
e não precisam...
Eles não me pedem nada em troca.
Da Hora!
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