segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Deus

Ele vem cheio dos seus bem quereres,
vem que nem uma brisa, maresia,
vem como quem não vai mais embora,
não quer mais saber do mundo lá fora...

Me transmite a desimportância de tudo,
e eu vejo mesmo que não sei de nada,
e que nem quero saber...

Só sei da vida
que ela acaba.

Não sei de nada,
sei de nada...

E quando ele vai, eu vivo procurando significados
pra essa minha insignificância,
escorado em vontades diversas,
paixões de meia-tigela pelos olhos claros
das meninas mais indiscretas...

E ainda que não saiba de nada,
penso que levo como verdade na vida
o vaticínio de que onde o sol bate
há uma ponta desse mistério,
há um talhe incompreensível;
e de que onde a luz da lua brilha
há também o mesmo sentimento,
uma figura em constante dissimulação.

Por toda parte,
por todo lado, todo canto,
existe sim a semente, o embrião,
a gênese, a célula fundamental,
do sentimento, da presença fundamental,
por toda parte,
por todo lado, todo canto...

Nas sombras lisérgicas,
nos altares imaculados,
nas tumbas dos faraós,
em atlântida inundada,
em marte, em vênus, kepler,
plutão!

Há sim por todas as terras,
nas esferas mais distantes,
essa presença imaterial,
essa intenção divina acima da compreensão.

Há quem chame de Deus...
eu chamo de amor.

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