domingo, 23 de novembro de 2014

Padecimento

Ela é das coisas mais lindas desse mundo,
eu nunca vi nada igual...

E mesmo quando ando perdido
vivendo um escuro profundo,
são naqueles olhos
que eu encontro o caminho do mar.

Desacreditado com a mão espalmada pro alto,
eu suplico, clamo,
peço por qualquer interferência divina,
oro pra que ela venha, pra que ela volte,
pra que ela queira algo de mim antes que eu me corte,
que eu me jogue do décimo oitavo andar...

Ela é tudo que eu tive de melhor,
não tem antes nem depois daqueles olhos,
eu esqueci minha alma naquele azul,
no reflexo das luzes
do nosso bem pequeno canto sul...

Nesse tempo em que o mundo me parecia
um lugar todo irreal,
ponto abastado da vida
onde eu fui feliz de fato,
onde fui verdades muito bem vestidas,
lugar comum onde vivi através dela,
do sentimento mais caro e sublime,
do amor que por ela tive,
do amor que por ela ainda tenho...

E que hoje;
assim já bem distante dos bons tempos,
vive por ela através do padecimento,
dessa dor incurável que traz todo fim,
desse desconsolo arquejante
que por muito continuarei tendo.

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