Seus olhos verdes cheios são um contra-senso,
me indignam, me enchem todo de uma solidão
que eu já não entendo...
Seus olhos quando me tiram alguma coisa,
qualquer coisa, tiram dor,
mas ainda assim, tiram-me do escuro.
Eu vivo mentiras longe de você,
me engano, me entristeço
longe dos seus pequenos desastres,
e se parece que ainda vivo o tempo todo,
é que eu minto sobre viver,
eu quase não vivo,
eu quase sempre minto pra te esquecer.
Ando vagueando, deserto,
meu peito é inabitável,
sou um ser imperdoável,
eu não sou, não sou...
E sigo assim despovoado,
de corpo, de alma,
eu passo chorado,
de amor derramado...
Ando vagueando, fingido,
de peito desfeito,
eu sigo torcido,
um ser tão sofrido,
eu não sou, não sou...
Ninguém.
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