Deus me aproxime dessas meninas bem nascidas,
essas que trazem nos olhos qualquer coisa de puro e ingênuo,
essas que vivem no ritmo do mar,
no sopro dos ventos, no movimento das areias,
ah, essas meninas brancas e pretas com cor de sol
e gosto de pecado original,
essas meninas de olhos negros e olhos claros cor de céu
e gosto de final de festa.
Inspirações de todos os homens,
amores perdidos dos reis de outros tempos,
dos bobos, dos poetas e loucos de pedra,
meninas bem nascidas,
amores dos cantos dessa cidade,
das pedras, do verde, dos mares,
meninas bem nascidas,
estro inesperado dos deuses da criação,
causa fundamental de toda guerra e toda paz...
São elas, sim, essas meninas e os seus dons,
o seu passo errante pela vida,
o seu brilho crepitante absolutamente involuntário,
e a colisão inevitável com a tristeza,
com todo o desastre e desamor da vida,
as tantas lágrimas.
São elas, sim, anjos encarnados
em vida de muita dor e belas pernas,
meninas, meninas muito bem nascidas,
donas de incontáveis corações,
senhoras de muitos mundos,
almas de eternos verões.
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