Ando enxergando você em tantos lugares,
vivo pensando sozinho onde é que você anda sem mim,
pra onde resolveu ir,
o que aconteceu com os seus olhos,
com o brilho que eles tinham,
e os sonhos todos que você me contou.
Eu ainda te encontro o tempo todo na cidade,
nas esquinas, nos nossos lugares,
nos cantos onde Deus não fez milagres,
nos dias de chuva e frio
como em poesia de Baudelaire,
nos dias de sol a pino
com o corpo perfeito de qualquer mulher.
E hoje eu vivo um Rio soturno,
um Rio que nunca vivi antes,
e virou minha tara, meu mundo,
de um jeito que nunca pensei que seria.
Mas eu te encontro o tempo todo na cidade,
nas esquinas de ipanema,
e vivo esse filme chato, repetido,
tão ruim que nem passou no cinema.
E nos dias mais azuis de fevereiro,
nas tardes cinzas do meio de maio,
você sempre me aparece feito louca,
você sempre faz o seu papel,
e eu sofro, eu sofro como sempre vou sofrer,
lembrando dos seus olhos tão longe dos meus,
lembrando que foi só de longe que notei que eu era seu.
E hoje eu vivo esse Rio soturno,
não levo em mim lugar pra mais ninguém,
e me pergunto se vale a pena
viver assim sem ter pra quem.
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