A brisa do mar me faz pensar em nada por um instante,
mas na verdade, ela nada nos meus pensamentos,
o céu azul de abril, essas cores,
esse frio, essa bruma da manhã,
passam mil clichês pela minha cabeça.
Esmoreço, faço um café pra dormir,
sim, faço pra dormir, sonho melhor assim,
pode ser que agora ela me apareça por aqui,
sorrindo, me trazendo mundo novo,
me fazendo sentir tudo de novo.
É, é possível que ela venha,
daquele jeito que eu gostava, no final da tarde,
na hora da chuva de verão, antes dos raios e trovões,
assim como é possível também, que eu a esqueça,
que eu a deixe para trás,
que eu não a queira mais comigo.
Nublo, essas coisas soltas me deixam confuso,
passa pelo meu corpo a sensação de uma síncope,
penso demais, sofro com isso,
me enterro junto aos sentimentos tristes,
tento falar em voz alta,
fazer qualquer coisa diferente, mas é inútil.
O café fica pronto, forte, quente,
traz o cheiro da civilização pra dentro do quarto,
mas só faço pra fugir dela, faço pra dormir,
faço porque penso melhor assim,
sonho melhor, e seguramente,
se calhar, morro melhor também.
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