Eu fecho os olhos e a vejo dançando na chuva,
marcando o tempo com os trovões,
descalça no deck da piscina,
mirando o cristo e o mar,
de peito cheio pra amar,
eu ainda a vejo assim
sempre que fecho os olhos.
Adulando seu corpo molhado,
enciumando a vizinhança,
fumando um cigarro apagado,
jogando vinho e champanhe para o alto,
cantando baixinho pra mim
que não há mal nenhum,
que não há mesmo mal nenhum...
Com o sorriso à socapa,
a pose definitiva no sofá da sala,
toda molhada, pro desespero dos seus pais,
pro desespero dos meros mortais
que só te acompanham de longe
e não sabem de nada.
Não entendem nada dos seus delírios carnais,
nem de todas as vontades loucas,
das histórias nos domingos roucos
e de todos os dias de sol a pino para se perder,
se deixar levar pelo frio do quarto.
Eu fecho os olhos e a vejo assim,
brigando porque o tempo não quis parar,
e o dia amanheceu,
e o sol apareceu até pra nós.
Eu fecho os olhos e a vejo assim,
jogando as coisas do alto da sacada de manhã,
só porque amanheceu,
e o sol apareceu até pra nós.
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