segunda-feira, 27 de junho de 2011

Anjos de madeira

Seus anjos de madeira
vivem chorando as lágrimas das fases,
óleos, restos de pureza,
nas suas asas de folha e sangue,
de repente sem amor...

Nos olhos que brilham com o consumo,
desse novo velho mundo sem paz,
desse novo velho teatro de vampiros e direitos iguais.

Lá se vão cem anos ou mais,
só pra te satisfazer...

E os sorrisos irônicos dos seus reis,
que há tempos já são réus confessos,
nesse mundo sem leis...

Seus sistemas falhos de troca
e de adeus...

Seus errados passos vendados,
vendidos, sem Deus.

Uma chuva de rosas vem,
como as lágrimas em dias de inverno,
de repente, sem avisar...

Essas são as flores roubadas dos seus sonhos de paz,
de todos os seus sonhos de paz.

E agora seus anjos de madeira,
de asas em reverência, postas a provação,
sujeitos a toda essa crueldade sem consequência...
Um dia farão isso tudo mudar.

E o mundo, quem sabe vai nos fazer pagar,
nos fazer ver com os olhos tristes,
que nada de errado há com ele.

Que foram os homens
que maldaram seu próprio caminho de luz.

E então vão se tomar por culpados,
vão chorar tarde por escolher errado
e vão sofrer...

Vão sofrer por todos esses anjos em vão,
por todos esses anjos que até lá ainda se vão.

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