Arpo a dor nas pedras
prendo-as no escuro dessa imensidão azul
no bate e volta das ondas no Rio...
Prendo-as bem ao lado do diabo
em um daqueles dias com vento e mar bem alto
a vista da realeza e bem longe dos meus irmãos
da santidade dos canais sujos de alá.
Prendo-as sob a guarda de iemanjá
e de todas as crenças e superstições que esse mar possa contar.
Arpo a dor bem perto, onde eu possa ver...
Arpo-as onde eu possa visitar
e onde posso esquecer também.
Arpo a dor num canto que era só paz...
Pra que haja algo mais que só contemplação.
Arpo-as ali
sangrando na pedra
do Arpoador.
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