segunda-feira, 4 de junho de 2012

Medos

Um pouquinho de tudo que eu amei
está nas lágrimas das noites em que eu ando só,
está em momentos de muita luz e pouca paz.

Nas coisas de que eu fujo
nos medos que eu tenho...

De perder a inspiração
de ter câncer nas mãos
de não viver o suficiente
pra ganhar um epitáfio comovente...

Medo da poesia etária
de perder a praia
de desencantar e esquecer o pôr do sol,
de nunca mais cantar, acende o farol!

Medo de sentir que o fogo apagou
de nunca mais gritar gol!
Medo de não morar em ipanema
e morrer velho sem você de meu esquema.

Medo de tudo não ser como eu pensava
de ver o mundo me negar tudo que eu acreditava.
Tudo que eu tinha e não posso ter
tudo que eu quis mas não vou viver...

Um pouquinho de tudo que eu amei
me mata, todo dia!

Mata de saudades, de remorso,
de querer que fosse diferente
matam as vontades que tenho
e as que não tenho mais...

Matam porque eu morri quando deixei,
morri pra quem deixei pra trás...

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