Ela quebrou minha vitrola e foi embora
entocou a minha brasa, mora?
E me destituiu dos direitos
de buscar ela na escola.
Ela diz que eu forço muito
e até me deu um desses "podes".
Arranhou meu disco "Muito",
depois me deu um vale numa digital store.
Andou folheando uns livros
e deu pra me chamar de fascista.
Mussolini zona sul,
de bermuda, chinelo e uma lista,
de todas as revoluções que eu nem tenho pra fazer.
Ela é completamente louca,
meio índia, oriental,
gelada, perdida, largada,
nesse corpo celeste escultural.
Ela até critica a bossa,
diz que de nova não tem nada.
Não é chegada no som,
não gosta dos poetas,
ela implica com Drummond.
E pra complicar a história
ela adora ouvir Lobão.
Mas outro dia cruzou por aqui
de olhos muito tristes, abatida,
meio cravo, meio canela,
um tanto aguada com a vida.
E me disse umas coisas,
depois não quis ouvir outras.
Pediu desculpas pela vitrola,
disse que nunca mais me amola.
Me deu um beijo e só olhou pra trás lá de fora,
no fundo sei que torceu pra eu não fechar a porta.
E então sorriu pra mim,
correu, voltou pra mim...
Squizotérica, mente,
súbita e tortuosa, mente,
só pra não se explicar,
pra não complicar.
Linda, leve, louca...
Esquisita demais.
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