Infelizmente ou felizmente
o pulso ainda pulsa.
Junto a toda minha repulsa,
a vergonha misantropa,
dessa miserabilia estranha forma de viver.
O mundo não me representa,
dos rios aos mares, os lugares mais lindos,
nada mais requenta o que um dia foi amor.
Infelizmente ou felizmente
o pulso ainda pulsa...
E sobrevive valente
aos impulsos frequentes de me cortar.
Os olhos dos outros,
as bocas e os dentes,
Os filhos, os pais,
os burros ou inteligentes,
As palavras, as mágoas,
o choro, o riso
Preciso sumir, eu preciso, preciso.
Detesto todos vocês,
eu não amo ninguém,
e quando eu me for não digam que amei.
Detesto esse mundo, a vida, a morte
a sorte, a falta, o frio ou o calor.
E dói tanto saber
que se eu pudesse agora me mandar,
ela não mais impediria,
não pediria pra eu ficar.
Mas por falta de coragem...
É tão difícil me jogar.
Infelizmente...
O pulso ainda pulsa, pulsa, pulsa...
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