sábado, 8 de junho de 2013

Outros quinhentos

Três da madrugada e nada
essa rua parece não ter fim
três da madrugada e gávea
eu não tenho mais ninguém por mim...

E sigo deixando os passos na lua,
nesse rio de delírios, com a ponta dos pés,
pela sombra...

Onde Deus não ouça,
onde não se zangue com minhas companhias.

Onde não se importem,
onde não vejam graça na desarmonia,
na existência rude de um qualquer
que está satisfeito em viver sem luz.

Me deixem...
recolher esses pedaços rasos,
deixem em paz os meus embaraços falsos,
porque eu quero ser refém de tudo,
tudo que já foi da maior importância...

Tudo que já foi amor um dia.

E não, não se importe, siga a vida,
viva feliz com o seu norte
e que a sorte nos separe por aí.

Não, também não se preocupe
ao escutar o meu lamentar,
meu arrastar de pés...

Que esse choro eu não engulo,
eu acho graça...
No fundo prefiro isso a sorrir,
me deixe ir, me deixe ir...

Largue meus braços
e os meus pensamentos,
porque dor de amor são outros quinhentos.

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