Não acenda a luz,
é tudo tão mais claro no escuro
dos seus cachos,
dos seus olhos pretos
que só dizem sim...
E não, não me diga nada mais,
essa sua admiração me corta a onda.
Prefiro que cuspa, xingue, chore,
e diga alguma verdade além de: "te acho lindo,
te acho um cara tão legal, que sorte".
Não me repita essas maldades,
eu jogo com o descompromisso,
é disso que eu entendo,
é nisso que eu acredito...
Eu me viro bem assim com o acaso,
me sinto em casa em qualquer lado,
sempre bem acompanhado pela minha sombra
que quando não quero apago.
E aí de novo no escuro me acho, me encontro sozinho,
de olho fechado, tranquilo, pregado...
Eu prefiro um amor incerto,
eu nunca fui tão certo
ao ponto de pensar ser bom assim
pra bastar pra alguém.
Eu sou o copo meio vazio,
a zebra, o azarão,
eu sou o ás que cai da manga,
o vira-lata, um sem razão...
Eu nunca fui tão bom em nada,
eu nunca quis ser.
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