segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Vou passar aí

Di Cavalcanti então
e um disco do Tom...

Porque eu ando sem dom
e só a estrada do sol
pra dar jeito em mim quando é assim...

Mas amanhã vai ser diferente,
se for depois do meio dia,
se eu acordar e não ver gente.

Preciso de uma jura nova,
de uma nova cura,
preciso de uma rima boba,
uma rima boba nova que me acuda.

Eu procuro um refrão
mas não posso por seus olhos,
cansei de me repetir...

Também não devo por o pôr do sol,
procuro originalidade,
eu to fugindo do arpoador,
dos lugares óbvios onde até cego se enxerga o amor...

Então fechei os meus
e eu vi seus novos anos,
senti cansaço
e o mormaço no redentor me seduziu.

Preciso te esquecer qualquer hora,
não precisa ser agora,
não tem pressa, não tem desespero...

Perdi seu telefone,
mas lembro seu endereço,
sou amigo do porteiro
às vezes deixo meu camelo por aí...

Você nem sabe,
nem sei se vai saber.

Mas vou te ligar,
vou ligar pra dizer qualquer coisa,
pra falar das esferas do senhor,
dos meus planos, nossos planos...

E da minha nova original vontade,
novíssima, outra óbvia inverdade,
daquelas que de longe até os cegos enxergam...

Sentem que é só mais um velho e desonesto refrão,
outra velha jura já sem cura,
sem firmeza, sem paixão.

Eu vou te esquecer amanhã de manhã,
se não fizer sol,
se não tiver gente,
na quadra, no bairro, na praia,
no mundo...

Eu vou te esquecer,
eu vou passar aí pra dizer.

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