Nesse rio que nunca dorme
não me falta nada não,
nesse rio quase sempre doce
é o mar que às vezes salga a visão...
E o verão vem pra dizer,
pra falar com sinceridade,
pra lembrar que tudo isso aqui é de verdade!
Que é realmente tangível,
é sereno o caos dessa cidade,
que o mundo muda pelas ruas
e que as horas não passam
quando o sol vira essa lua.
Sua bandeira são as águas,
pergunte a Neruda...
Sua malícia está no sol,
sua esperteza nos malandros,
sua beleza nas mulatas, nas morenas,
nas curvas da marambaia à joatinga,
no leme e no pontal...
Nas areias, nas pedras portuguesas,
no sufoco avarandado que é o verão dessa parte,
que é o amor dessa cidade,
o amor que tem nesse céu imenso azul,
nesse azul imenso que é o céu daqui.
Delirante concessão,
tá tudo acordado...
Não tem mais do que reclamar
esse aprisionamento é voluntário,
não tiro os meus pés desse enclaustro.
Eu quero é uma caverna de frente pro mar
e pras palmeiras do imperador,
pro verdinho da mata desse mundão
que é o que impede que o que tem lá fora mate
e envenene o meu coração.
Delirante concessão,
tá tudo acordado...
Não tenho do que reclamar,
tá tudo acertado com São Sebastião,
do Rio de janeiro...
Com São Sebastião,
do Rio de janeiro,
do Rio de janeiro,
do Rio de janeiro.
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