quinta-feira, 17 de abril de 2014

Artes práticas

Um brinde as artes práticas
e a minha falta de inspiração sistemática,
aos céus, ao sol,
as luzes do jockey e ao frio,
ao mar, aos surfistas,
aos cantos do Rio...

Um brinde as artes práticas
e aos meus costumes retrógrados,
aos ricos e as filhas de todos eles,
as drogas, as festas,
e aos donos de todas elas...

Um brinde as artes práticas
e a quem se liga nesses artifícios,
aos perdidos da noite e as perdidas no mundo,
as loiras de cardápio
e aos vagabundos imundos...

Um brinde as artes práticas
e a quem se alimenta com a lábia,
aos que tem olhos de lince
e grudam nas mesas da alta,
aos que desfilam elegantes de bolsos vazios,
e aos que se simplificam
e só vivem de glórias nesse mundinho.

Um brinde as artes práticas
e aos nossos costumes morais hipnóticos,
aos padres, aos vivos e aos mortos,
aos dados, aos jogos de azar,
aos homens tristes
e as mulheres distintas...

Um brinde as artes práticas,
a vida... e a tudo que não brilha mais,
a tudo que jamais voltará a brilhar.

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