Eu não pertenço ao mundo,
eu pertenço ao Rio,
e ao frio que faz
quando fazem vinte graus...
Pertenço ao endereço abençoado
dessas areias escaldantes,
dessa savana tupi-guarani,
com suas loiras movediças
e suas morenas com olhos de armadilha.
É que eu me sinto tão bem entre essas estacas
que só posso pedir que me esqueçam,
que me deixem viver entre os postos,
porque só aqui estou sempre
a postos de verdade para ser feliz...
E ainda que me tornasse escravo,
um falso, miserável
e sórdido escravo...
eu vagaria feliz
por entre esses estreitos quilômetros quadrados.
Por isso, eu insisto,
sincero eu repito...
Não me peça pra tentar,
me faça um favor,
me solte, me esqueça na sul,
não me chame pra outros cantos,
não me importo com outros lados...
Eu não pertenço ao mundo,
eu sou do Rio...
Criado debaixo desses braços santos,
sou folgado, solto, manso, relaxado...
vivendo sempre de acordo
com o meu eu lírico bem intencionado.
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