Nos lugares em que eu passo todo dia
os meus olhos ainda que bem treinados
têm perdido as belezas...
Tem deixado escapar o sublime,
andam esquecendo levianamente as dulcíssimas trivialidades,
as tristezas e felicidades correntes,
dos dias que foram iguais aos outros dias...
E que foram parecidos
com tantos outros dias que passaram
e que não escaparam do usual...
Momentos que agora eu só reconheço
quando ela está por perto,
quando faz parte da paisagem...
Como fosse um poder,
visão além para iluminações e vaticínios,
pra tudo que fosse lindo
e tudo que fizesse sofrer...
Ela é minha miragem,
é o toque de gênio na pintura do fim de tarde,
é o pingo de todos os "i's"
é a meia palavra que evoca minha felicidade mais pura...
Meu oásis de tranquilidade,
a rendição da dura realidade,
minha renúncia a todo sofrimento
e incompreensão...
Deusa dos dias de sol,
menina dos dias de chuva,
sereníssima criatura...
Perdida ingenuamente
nesse deleite cego e mudo,
entregue de corpo,
de alma...
Seguindo com a calma
que só tem quem não se apega a esse mundo,
quem vive puro...
Pra não se deixar apagar nesse escuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário