domingo, 18 de maio de 2014

Por ninguém

A todos que me escutam,
todos que me ouvem...
já não vivo mais de mim.

Fazei senhor, sangrar essa incompreensão,
que dos olhos dessa louca só tiro dor,
só tiro má visão.

Fazei tocar nos rádios de todo planeta
essa minha rendição...

Fazei senhor, que tudo não endureça
mais do que a cartilha exige...
as pessoas já andam tão tristes.

Fazei da ternura a receita,
a cura para todos os impropérios.

Falai aos próximos, aos entes queridos,
amigos, familiares e conhecidos...
que nunca se abatam, que nunca acreditem no nunca,
e que não se desfaçam em lágrimas por poucas agruras.

Por amor, atenção,
somente por amor cultive as lembranças.

Mas alimente sempre a dor,
só para não esquecer, para não ser pego de surpresa,
para não adormecer ingenuamente
diante do ardil que são aqueles olhos.

E por último e não menos importante,
fazei senhor, que ela sinta minha falta,
ainda que seja um desejo mesquinho,
ainda que seja raiva...

Que ela não me tire da cabeça,
que ela esmoreça,
que ela murche e se for preciso adoeça.

A todos que me escutam,
todos que me ouvem...
já não sinto mais por ninguém.

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