Não acredito que fico assim ainda,
pensando em como poderia ser,
se fosse...
Eu não entendo,
não compreendo
o que nos faltou de mais doce.
E se agora nada mudar
o que será de nós dois,
o que será se já se foi,
se não será, se nunca foi,
jamais havemos de entender...
O que aconteceu aquele verão,
naquele fim de ano,
todos aqueles momentos felizes...
E o fim de tarde,
aquele sorriso,
um disco chatinho,
seus olhos puxados verdinhos...
a sua mania de me distrair
só pra ouvir de manhã o mala do Jeneci.
E quando eu me fazia o chato
te empurrava Lobão
goela abaixo... eu recitava em francês
Baudelaire e Montaigne,
poemas que nem entendia,
coisas que eu nunca mais diria pra ninguém.
E se agora nada mudar
o que será de nós dois,
o que será se já se foi,
se não será, se nunca foi,
jamais havemos de entender...
O que se passou naquele verão,
naqueles dias claros,
naquelas noites quentes...
Do final
de tudo que fomos
antes de sermos nós.
Do final
de tudo que fomos
antes de finalmente sermos... Nós.
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