Ela decolou no Tom Jobim,
pra mim, um desgosto profundo,
tristeza sem fim...
Porque foi na noite em que ela se foi no Tom Jobim,
que o meu samba caiu abatido,
enlutado com a certeza do tempo ruim.
E o meu pranto rolou
quando vi aqueles verdes rasos d'água,
deixando o azul do mar da zona sul,
e o meu amor pra trás
pra ganhar o mundo.
Ah, quanto sofrimento em rebelião,
mas não se mate, não,
que amanhã é domingo
e segunda ninguém sabe o que será,
bem dizia Drummond.
Ela se mandou daqui,
não se despediu, sei lá,
não me disse nada mesmo,
não queria que eu soubesse,
teve medo.
Mas quando ela se foi,
me deixou escrita essa canção,
deixou cinzelada na dor
que tomou o meu coração.
Ela decolou no Tom Jobim,
e pra mim, acho que acabou ali,
mas não sei ser fim,
só não sei...
E fim.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Dá-se
Menina fina
fina flor de cima
coisa mais bonita
que a vida pôde me dar.
Menina linda
cê é um poema
que senhor meu Deus
deixou pra eu musicar.
Quis te botar na roda com essas notas
nessas quatro linhas de refrão e cor,
eu quis pra ver você sorrindo a pampa
com os olhos serenos cheios de amor.
E dá-se o sol todo para você,
e o vento das paineiras remexendo a mata,
e dá-se o sol todo pra você,
que anda assim tão leve, sempre desgarrada...
E dá-se o sol todo para você,
que vive com ciúmes das noites com a lua,
e dá-se o sol todo pra você,
que vive lá de longe morrendo de amor.
Menina fina
fina flor da vida
coisa mais bonita
que já vi cantar.
Menina linda
tirada morena
que senhor meu Deus
fez só pra eu me encantar.
Eu fiz pra você um verso,
fiz uma curta canção,
só não escrevi todo um romance
porque o teu amor tomou meu coração.
E não há aqui nenhum ressentimento,
é tudo um só momento
que me acende a alma,
feito naquela noite que te vi,
noite que me perdi
no fundo dos teus olhos.
fina flor de cima
coisa mais bonita
que a vida pôde me dar.
Menina linda
cê é um poema
que senhor meu Deus
deixou pra eu musicar.
Quis te botar na roda com essas notas
nessas quatro linhas de refrão e cor,
eu quis pra ver você sorrindo a pampa
com os olhos serenos cheios de amor.
E dá-se o sol todo para você,
e o vento das paineiras remexendo a mata,
e dá-se o sol todo pra você,
que anda assim tão leve, sempre desgarrada...
E dá-se o sol todo para você,
que vive com ciúmes das noites com a lua,
e dá-se o sol todo pra você,
que vive lá de longe morrendo de amor.
Menina fina
fina flor da vida
coisa mais bonita
que já vi cantar.
Menina linda
tirada morena
que senhor meu Deus
fez só pra eu me encantar.
Eu fiz pra você um verso,
fiz uma curta canção,
só não escrevi todo um romance
porque o teu amor tomou meu coração.
E não há aqui nenhum ressentimento,
é tudo um só momento
que me acende a alma,
feito naquela noite que te vi,
noite que me perdi
no fundo dos teus olhos.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Amor de muito sol
Ela se joga em mim
feito a lua no corcovado,
se derrete inteira,
ela é toda feita de vontades...
Ela vive pro amor,
pro mundo louco que tem na cabeça,
desaparece, me esquece,
depois volta falando besteiras.
E todo dia quente
quando jogado na sua cama,
eu me inspiro, tranquilo,
nuveando o quarto,
sentindo o vaguear da maresia...
Beijando seu pescoço,
às vezes me pego pensando
que poderia estar morto,
desembarcado por engano
no paraíso, num canto de paz.
Ela se joga em mim
feito o mar no arpoador,
não se rende, se agita,
me domina, me cerca de desejos
e delícias.
Ela adora sumir
feito a areia da joatinga,
e me inspira o sofrimento
que eu preciso pra ser feliz.
Ela é segunda feira,
feriado, é meu mês de férias,
ela é dia bom, dia que voa,
é santo quando bate,
amor de muito sol
e daquela chuvinha à toa.
Ela se derrete,
se joga, some,
me esquece...
E todo dia quente,
quando me apronta dessas,
eu sofro, surto,
surdo, mudo,
eu fujo do mundo...
Porque é tristeza demais,
tristeza boa pra ter no escuro.
feito a lua no corcovado,
se derrete inteira,
ela é toda feita de vontades...
Ela vive pro amor,
pro mundo louco que tem na cabeça,
desaparece, me esquece,
depois volta falando besteiras.
E todo dia quente
quando jogado na sua cama,
eu me inspiro, tranquilo,
nuveando o quarto,
sentindo o vaguear da maresia...
Beijando seu pescoço,
às vezes me pego pensando
que poderia estar morto,
desembarcado por engano
no paraíso, num canto de paz.
Ela se joga em mim
feito o mar no arpoador,
não se rende, se agita,
me domina, me cerca de desejos
e delícias.
Ela adora sumir
feito a areia da joatinga,
e me inspira o sofrimento
que eu preciso pra ser feliz.
Ela é segunda feira,
feriado, é meu mês de férias,
ela é dia bom, dia que voa,
é santo quando bate,
amor de muito sol
e daquela chuvinha à toa.
Ela se derrete,
se joga, some,
me esquece...
E todo dia quente,
quando me apronta dessas,
eu sofro, surto,
surdo, mudo,
eu fujo do mundo...
Porque é tristeza demais,
tristeza boa pra ter no escuro.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Lugares
O vento desse fim de tarde
passou me cobrando amor,
disse que tá com saudade
de quando nós íamos ao arpoador.
As amendoeiras do jardim de alah
sacudiram só pra me contar
que outro dia você passou por ali
e não foi pra me encontrar.
A garça da lagoa
entre um helicóptero e outro
me disse que torcia muito
pra que a gente fosse feliz...
Até o redentor
num dia de indumentária clássica,
no seu branco acinzentado,
no seu azul mais que divino,
me disse cheio de verdade
que nosso amor já está escrito.
E acredito mesmo que esteja,
só que é escrito na cidade,
onipresente, flutuante por toda parte,
nos horizontes, nos bares que fecham tarde,
nos postos de gasolina,
no ciúme à toa de qualquer menina...
Nós dois estamos esculpidos nos nossos cantos,
nas ruas escuras do alto,
no tumulto eminente das quintas do baixo,
no oito, no dez, nas areias,
nas pedras portuguesas.
Nós somos
se não mais por nós,
apaixonados incorrigíveis
pelo amor que espalhamos aqui.
passou me cobrando amor,
disse que tá com saudade
de quando nós íamos ao arpoador.
As amendoeiras do jardim de alah
sacudiram só pra me contar
que outro dia você passou por ali
e não foi pra me encontrar.
A garça da lagoa
entre um helicóptero e outro
me disse que torcia muito
pra que a gente fosse feliz...
Até o redentor
num dia de indumentária clássica,
no seu branco acinzentado,
no seu azul mais que divino,
me disse cheio de verdade
que nosso amor já está escrito.
E acredito mesmo que esteja,
só que é escrito na cidade,
onipresente, flutuante por toda parte,
nos horizontes, nos bares que fecham tarde,
nos postos de gasolina,
no ciúme à toa de qualquer menina...
Nós dois estamos esculpidos nos nossos cantos,
nas ruas escuras do alto,
no tumulto eminente das quintas do baixo,
no oito, no dez, nas areias,
nas pedras portuguesas.
Nós somos
se não mais por nós,
apaixonados incorrigíveis
pelo amor que espalhamos aqui.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
domingo, 17 de agosto de 2014
Os livros
Comprei um livro que se despedaça,
ele vai deixando rastros por onde abro,
às vezes deixa cair frases inteiras,
outras descarta só alguns advérbios de modo,
troca nas páginas mesóclises,
confunde toda numeração dos capítulos,
do fim vai ao começo,
do começo vê-se o fim...
O livro se despedaça como quem sangra,
mas quem sangra por sangria,
sangra pra curar a febre de conhecimento.
O livro sangra e suja tudo de dúvidas,
mostra outros mil caminhos,
alternativas ao destino fatídico
de ser enfim plano e silencioso,
de ser breve como um epitáfio
num canto úmido e com cheiro de mofo.
Comprei um livro que se despedaça,
mal nenhum me faz,
coisa alguma me nega...
O livro é fiel companheiro,
já travou sabe-se lá quantas guerras,
veterano, sábio e calado como um monge,
sagaz e misterioso feito Gatsby.
O livro é alma em construção,
corta e devora corações,
fermenta os sentimentos,
e aniquila aquela fria sensação
de que não há mais jeito pros males da vida.
Até que certa vez o livro desapareceu,
tomei-me de um sentimento terrível,
desespero, medo, achei que tudo estava perdido,
pensei que havia se despedaçado de vez.
Mas aí os meses foram passando
e eu percebi que tinha o livro em mim,
os anos foram passando e eu ainda o tinha...
Até que um dia
quando não lembrava mais do livro,
surpreendentemente
o encontrei em minha mesa,
junto a outros livros
que pensei que haviam se despedaçado de vez,
todos desaparecidos...
Abri um a um, investiguei com sede de Sherlock,
me peguei incrédulo com aquela situação,
não pensei que veria algo assim na vida,
mas os livros, os livros eram outros,
completamente diferentes,
em sua essência talvez fossem os mesmos,
afinal reconheci todos sem muito esforço,
mas eram outros, estavam outros, pareciam outros...
Me sentia de frente a um grande mistério,
parecia um problema, a prova de um crime,
não me descia essa história...
Eu transitava nas mesóclises que há muito sabia que lá estavam,
implicava com os mesmos advérbios de modo,
notava as gafes da tradução,
tantas semelhanças, e eu via e revia incansável todas elas,
como um filme da sessão da tarde
daqueles que a gente decora algumas partes...
Capa, contracapa, prefácio,
tudo tão perfeito, intocado,
não pareciam os livros que haviam despedaçado.
Então, como fosse milagre,
por estalo, insistência, por lapso,
por qualquer coisa que acorda a gente de repente,
no susto, eu percebi!
Os livros eram outros sim,
eles eram outros
porque eu era outro.
E se eu era outro,
devia ser por causa dos livros,
desses e dos outros
que eu havia perdido recentemente também.
Assim eu aprendi a entender os livros
simplesmente porque os livros estão sempre vivos,
eles se despedaçam
e se reconstroem em nós.
ele vai deixando rastros por onde abro,
às vezes deixa cair frases inteiras,
outras descarta só alguns advérbios de modo,
troca nas páginas mesóclises,
confunde toda numeração dos capítulos,
do fim vai ao começo,
do começo vê-se o fim...
O livro se despedaça como quem sangra,
mas quem sangra por sangria,
sangra pra curar a febre de conhecimento.
O livro sangra e suja tudo de dúvidas,
mostra outros mil caminhos,
alternativas ao destino fatídico
de ser enfim plano e silencioso,
de ser breve como um epitáfio
num canto úmido e com cheiro de mofo.
Comprei um livro que se despedaça,
mal nenhum me faz,
coisa alguma me nega...
O livro é fiel companheiro,
já travou sabe-se lá quantas guerras,
veterano, sábio e calado como um monge,
sagaz e misterioso feito Gatsby.
O livro é alma em construção,
corta e devora corações,
fermenta os sentimentos,
e aniquila aquela fria sensação
de que não há mais jeito pros males da vida.
Até que certa vez o livro desapareceu,
tomei-me de um sentimento terrível,
desespero, medo, achei que tudo estava perdido,
pensei que havia se despedaçado de vez.
Mas aí os meses foram passando
e eu percebi que tinha o livro em mim,
os anos foram passando e eu ainda o tinha...
Até que um dia
quando não lembrava mais do livro,
surpreendentemente
o encontrei em minha mesa,
junto a outros livros
que pensei que haviam se despedaçado de vez,
todos desaparecidos...
Abri um a um, investiguei com sede de Sherlock,
me peguei incrédulo com aquela situação,
não pensei que veria algo assim na vida,
mas os livros, os livros eram outros,
completamente diferentes,
em sua essência talvez fossem os mesmos,
afinal reconheci todos sem muito esforço,
mas eram outros, estavam outros, pareciam outros...
Me sentia de frente a um grande mistério,
parecia um problema, a prova de um crime,
não me descia essa história...
Eu transitava nas mesóclises que há muito sabia que lá estavam,
implicava com os mesmos advérbios de modo,
notava as gafes da tradução,
tantas semelhanças, e eu via e revia incansável todas elas,
como um filme da sessão da tarde
daqueles que a gente decora algumas partes...
Capa, contracapa, prefácio,
tudo tão perfeito, intocado,
não pareciam os livros que haviam despedaçado.
Então, como fosse milagre,
por estalo, insistência, por lapso,
por qualquer coisa que acorda a gente de repente,
no susto, eu percebi!
Os livros eram outros sim,
eles eram outros
porque eu era outro.
E se eu era outro,
devia ser por causa dos livros,
desses e dos outros
que eu havia perdido recentemente também.
Assim eu aprendi a entender os livros
simplesmente porque os livros estão sempre vivos,
eles se despedaçam
e se reconstroem em nós.
sábado, 16 de agosto de 2014
Amor longe
Insuportável distância,
noturna e inquieta companhia,
fria feito um morto,
cadáver, corpo roto.
Se dor pior tivesse nome
teria nome de amor longe.
E mesmo que houvesse outra aqui agora,
eu só teria olhos
pros seus olhos,
eu só teria corpo
pra toda dor que você me causa.
Porque é como acontece,
é quando bate forte,
quando o vento borda as nuvens,
quando a lua se esconde.
É assim,
sem olhos nos olhos,
é como fica...
É como eu sinto essa minha falta de virtude,
é como quando não te sinto,
quando imagino um contato por telepatia,
quando sofro porque não digo,
porque não juro mais o amor que te tenho,
porque não vivo.
É assim,
sem olhos nos olhos,
é como fica.
noturna e inquieta companhia,
fria feito um morto,
cadáver, corpo roto.
Se dor pior tivesse nome
teria nome de amor longe.
E mesmo que houvesse outra aqui agora,
eu só teria olhos
pros seus olhos,
eu só teria corpo
pra toda dor que você me causa.
Porque é como acontece,
é quando bate forte,
quando o vento borda as nuvens,
quando a lua se esconde.
É assim,
sem olhos nos olhos,
é como fica...
É como eu sinto essa minha falta de virtude,
é como quando não te sinto,
quando imagino um contato por telepatia,
quando sofro porque não digo,
porque não juro mais o amor que te tenho,
porque não vivo.
É assim,
sem olhos nos olhos,
é como fica.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
terça-feira, 12 de agosto de 2014
A luz
Meio dia,
meio sem vida.
Encho os pulmões
e sigo, há muito azul demais,
e pouco de mim aqui...
Gostaria talvez de,
não sei do que gostaria.
O dia voa, não almoço,
escrevo um troço que não me desce,
ando topando qualquer negócio,
acho que é stress...
Faço noite às três da tarde,
é impressionante como arde essa lua,
como me consome
esse sem fim que é o céu.
Me recuso,
luto por qualquer sombra,
eu nunca entendi esses
que clamam por lugar ao sol.
Vivo de olhos pregados,
de óculos filmados,
repelindo simpatia,
invisível pelas vias...
Faço noite a qualquer hora,
vivo madrugadas,
me intriga o escuro todo,
há muito não sei de nada.
Gostaria de,
ainda não sei do que gostaria...
Talvez que não fosse mais,
não fosse dia,
já que eu não sou dia,
eu gostaria que...
Apagassem a luz.
meio sem vida.
Encho os pulmões
e sigo, há muito azul demais,
e pouco de mim aqui...
Gostaria talvez de,
não sei do que gostaria.
O dia voa, não almoço,
escrevo um troço que não me desce,
ando topando qualquer negócio,
acho que é stress...
Faço noite às três da tarde,
é impressionante como arde essa lua,
como me consome
esse sem fim que é o céu.
Me recuso,
luto por qualquer sombra,
eu nunca entendi esses
que clamam por lugar ao sol.
Vivo de olhos pregados,
de óculos filmados,
repelindo simpatia,
invisível pelas vias...
Faço noite a qualquer hora,
vivo madrugadas,
me intriga o escuro todo,
há muito não sei de nada.
Gostaria de,
ainda não sei do que gostaria...
Talvez que não fosse mais,
não fosse dia,
já que eu não sou dia,
eu gostaria que...
Apagassem a luz.
domingo, 10 de agosto de 2014
Mundo fictício
Me sirva dos velhos vícios
de uma outra idade,
eu não quero dormir,
faz frio na cidade
o Rio parece distante daqui...
É que nessa terra do nunca
quando o tempo parece sério
assim, ranzinza,
quando o cristo some dos olhos
e o céu é todo tão cinza...
Tudo parece irreal,
você na cama dormindo,
tudo parece assim,
tão sem sentido...
Que eu me sinto como num sonho
daqueles que a gente sabe que sonha,
e faz o que quiser,
faz da vida o que bem entende...
Mas fique a vontade,
me acorde com suas verdades
me mostre a realidade, amor,
só mais um pouco...
Me afogue em você,
que nessa overdose eu me viro,
só anote os meus delírios
que quando eu voltar
a gente escreve um livro...
Porque tudo parece irreal,
um mundo fictício,
tudo parece mais lento...
eu não me sinto mais na faixa errada,
é como se tivessem acertado o tempo.
Chove e faz frio,
seus olhos fechados nublam o rio,
seu corpo no quarto sombrio,
um arrepio, outro quarto, um fino
e não há vazio que não se encha de amor.
É que nessa terra do nunca
quando tudo parece perdido,
você sabe, eu me viro...
Eu me lembro
que não preciso crescer,
eu me lembro
que sempre vou ter você.
de uma outra idade,
eu não quero dormir,
faz frio na cidade
o Rio parece distante daqui...
É que nessa terra do nunca
quando o tempo parece sério
assim, ranzinza,
quando o cristo some dos olhos
e o céu é todo tão cinza...
Tudo parece irreal,
você na cama dormindo,
tudo parece assim,
tão sem sentido...
Que eu me sinto como num sonho
daqueles que a gente sabe que sonha,
e faz o que quiser,
faz da vida o que bem entende...
Mas fique a vontade,
me acorde com suas verdades
me mostre a realidade, amor,
só mais um pouco...
Me afogue em você,
que nessa overdose eu me viro,
só anote os meus delírios
que quando eu voltar
a gente escreve um livro...
Porque tudo parece irreal,
um mundo fictício,
tudo parece mais lento...
eu não me sinto mais na faixa errada,
é como se tivessem acertado o tempo.
Chove e faz frio,
seus olhos fechados nublam o rio,
seu corpo no quarto sombrio,
um arrepio, outro quarto, um fino
e não há vazio que não se encha de amor.
É que nessa terra do nunca
quando tudo parece perdido,
você sabe, eu me viro...
Eu me lembro
que não preciso crescer,
eu me lembro
que sempre vou ter você.
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Olhos vivos
Noite suja de mentiras,
o fog baixo arrasta uma canção,
down em mim, jazz,
another blue song...
No escuro de cada canto
desse canto esquisito do mundo,
há um canto em cada um,
contando das tristezas,
contando dos amores...
E no meu canto
quando muito sinto,
sinto falta,
prendo riso de nervoso,
me retiro da existência,
me recolho...
Sumo de vergonha,
deixo de querer,
pois dos quereres
eu nada tiro de feliz e verdadeiro.
Não vivo sonhos que não sejam meus,
e se não há em mim querer algum,
não quero, não hei de me perder
pelos anseios de qualquer um.
Ajo como quem nega,
enxergam-me cruelmente
como quem apenas sonega.
E alheio a isso tudo,
imune, apartado de toda agonia,
eu sigo em direção ao encantamento...
E vivo uma felicidade extasiante,
abrasamento de sultão,
caminho feito rei da zona azul,
marajá de todo lado,
censor do penar,
aristocrata do prazer,
imperador dos postos,
presidente das estacas divinas,
cacique das areias,
sensei dos paralelos, das raízes,
das ladeiras,
soberano do jardim, dos altos,
das salas de tábua corrida,
capitão de qualquer coisa,
maestrão do alvorecer, da matinada,
sheikh de todas as vistas, das sacadas,
regente do corpo de baile das estátuas...
O mandachuva absoluto
de absolutamente nada,
os olhos mais vivos já vistos,
os olhos mais vivos
dentre os olhos vivos conhecidos.
o fog baixo arrasta uma canção,
down em mim, jazz,
another blue song...
No escuro de cada canto
desse canto esquisito do mundo,
há um canto em cada um,
contando das tristezas,
contando dos amores...
E no meu canto
quando muito sinto,
sinto falta,
prendo riso de nervoso,
me retiro da existência,
me recolho...
Sumo de vergonha,
deixo de querer,
pois dos quereres
eu nada tiro de feliz e verdadeiro.
Não vivo sonhos que não sejam meus,
e se não há em mim querer algum,
não quero, não hei de me perder
pelos anseios de qualquer um.
Ajo como quem nega,
enxergam-me cruelmente
como quem apenas sonega.
E alheio a isso tudo,
imune, apartado de toda agonia,
eu sigo em direção ao encantamento...
E vivo uma felicidade extasiante,
abrasamento de sultão,
caminho feito rei da zona azul,
marajá de todo lado,
censor do penar,
aristocrata do prazer,
imperador dos postos,
presidente das estacas divinas,
cacique das areias,
sensei dos paralelos, das raízes,
das ladeiras,
soberano do jardim, dos altos,
das salas de tábua corrida,
capitão de qualquer coisa,
maestrão do alvorecer, da matinada,
sheikh de todas as vistas, das sacadas,
regente do corpo de baile das estátuas...
O mandachuva absoluto
de absolutamente nada,
os olhos mais vivos já vistos,
os olhos mais vivos
dentre os olhos vivos conhecidos.
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