sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

De nada adiantaria

Ela se mandou pra Bali com seu novo namorado,
inventou uma viagem de verão...

Me largou, me deixou aqui sozinho
amargando um tempo lento,
um calor angustiante de quarenta graus.

Eu queria o coração gelado que ela tem,
pra nem me importar,
pra não lembrar que ela pegou os meus sonhos
e sumiu das minhas vistas...

E que mesmo de longe já conseguiu minha atenção,
espalhou por aí que Nusa Dua é mesmo uma graça,
mas que no ano que vem
é Bora-bora que não lhe escapa,
diz que quer ver de perto Otemanu,
roubar o meu monte castelo.

Fosse mesmo piedoso
Deus mandava uma amnésia,
porque nem imagino
a dor que seria saber dela
com os olhos brilhando pela minha polinésia...

Ah, que mal faria?
Seria mesmo uma doce amnésia.

Diria que é melhor sofrer de esquecimento que de amor,
eu queria muito me esquecer dessa pequena,
esquecer assim de ver de longe e nem saber quem é,
ela seria só mais um par de coxas, um sorriso,
um jeito lindo de andar,
só mais uma menina que passou,
só mais uma qualquer, que no fim,
não seria mesmo uma qualquer, eu acho...

Ah, estou acabado!

Que bobagem tudo isso,
de que adiantaria esquecer
se só bastaria ver de novo
pra querer viver ali o tempo todo...

Pra querer tomar pra mim aqueles olhos,
e desejar todos os dias,
viver um dia após o outro dia
e outros tantos dias que viriam,
com ela, por ela...

De que adiantaria, Deus; esquecer?

Desculpe, foi engano,
eu não sei de nada mesmo,
releve meus pedidos aí do alto de sua sabedoria,
esqueça da amnésia, é sério,
deixe isso tudo pra lá...

Só traga ela pra perto,
perto mesmo, bem pertinho,
não deixe que ela esqueça assim de mim.

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