terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Uma última vez

A sua vida quase nunca é novidade,
eu fico sempre sabendo pelos bares,
pelas amizades...

Mas outro dia você me surpreendeu
e de novo tomou de mim uns dias de vida,
quem diria, depois de tanto tempo,
de tantas águas passadas,
os casinhos que viraram piada...

Por uma última vez você me surpreendeu,
e fazia tempo que de mim você não tirava
uma coisa assim tão amargurada.

Costumo me derreter pros seus azuis,
criar beleza dos teus defeitos,
falar por horas das suas covinhas,
do seu sorriso elegante de artista...

Mas por uma última vez
você me surpreendeu...

E hoje eu tirei do teu mar azulado;
uma vontade imensa de me afogar,
dos teus defeitos mais lindos;
desgosto profundo,
das tuas covas;
a vontade irresistível de cavar a minha,
e do teu sorriso,
do teu sorriso elegante; destino.

Eu tirei de ti um testamento inteiro,
mas não se preocupe,
não haverá litígio...

Porque do meu bem único
que era a vida,
eu me retirei...

Deixei pra ti o meu suicídio.

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