Te entreguei aos meus diminutivos,
paixãozinha,
uma coisinha,
uma pontinha de amor demais..
E não te sintas mal por isso,
não é nada ruim se quer saber,
te entrego aos meus diminutivos porque não sei ser grande,
sou poeta, sofro muito, sofro mesmo,
eu me desfaço em tristezas de escritor.
E quando acho alguém que me ame,
que me queira um bem verdadeiro,
um bem merecedor de um aumentativo,
de uma coleção de bons adjetivos,
eu me escondo, eu me esquivo,
eu me faço de desentendido,
e por carinho, os meus inhos,
eu dedico...
Me entrego, com amor,
por amorzinho, paixãozinha,
por palavras bem feitinhas,
por vontades indisfarçáveis,
pelo seu corpinho,
o seu rostinho do meu lado,
meu ladinho,
de mãozinhas dadas pelas ruas,
pelos nossos cantinhos...
Ah, como é bom,
como é bom entregar-se assim,
entregar-se a farra dos diminutivos,
sem medinhos,
sem importar-se com essas besteirinhas da vida,
essas coisinhas que nos importunam,
esses manuaiszinhos de conduta
repletos de mandos e desmandos...
Ah, como é bom,
como é boa essa vidinha,
como são bons esses casinhos que passam,
que ficam, que nos fazem sorrir,
e nos fazem abrir o peito pro mundo,
e dar jeito em tudo,
um jeitinho pra amar mais,
pra que o amor seja mais,
mais que amor...
E traga pra bem pertinho,
todos os carinhos,
todos os nossos inhos.
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