Acordo raptado pela tristeza,
agora são três e um pouco mais,
eu tenho um encontro marcado
e estou coberto pelo escuro do mundo.
Lá fora há a chuva fina
e um vento frio que me rasgaria a pele,
mas assim eu me sinto em casa,
me sinto muito mais à vontade pra sair.
E saio de peito aberto,
me acho deslizando por nossos espaços,
eu saio de mim,
eu saio assim mentindo pra chuva,
sorrindo por nada
como se estivesse muito feliz.
Eu grito seu nome nas madrugadas,
grito pra ninguém ouvir,
te xingo, te juro de morte,
te jogo mil maldições, e aí...
Volto a pensar no quanto te amo
uns cem metros depois,
eu volto a lembrar dos teus sonhos comigo,
eu penso que ainda somos um só,
penso em tudo que ainda podemos ser...
E me encontro de peito aberto
pronto pra ser alvejado,
fugindo de ti pelos mesmos espaços,
deslizando desacreditado...
Eu saio de mim
que é pra não te encontrar mais,
eu saio assim, mentindo,
sorrindo até pra chuva,
só pra ela não te contar como eu vou,
como eu estou vivendo com essa tristeza.
Acordo raptado pela escuridão,
agora já são três e um pouco mais
e eu estou coberto de incertezas.
Lá fora há a chuva fina
e um vento frio que parece tão terno,
assim eu me sinto em casa,
me sinto muito à vontade pra sair,
sair pra não encontrar ninguém.
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