segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Comodidade

Não conto mais os dias
nem planejo o que dizer
eu revivo todo dia a minha tristeza
morrendo de medo de nunca mais te ver...

Aguento firme a agonia
movendo o mundo com esses lamentos
e essa é mais uma balada triste
pra te manter viva a todo momento.

Eu vivo escrevendo cartas pra ninguém
me declarando em vão
pra quem já é feliz com outro alguém
chorando sem lágrimas, seco, e morto por dentro
roto e de olhar fosco
caminhando sem desejos
perdido como eu jamais fui.

Eu não conto mais os dias
só vivo louvando o teu corpo
e a falta que ele me faz
sinto a dor que infligia sem toque
aqueles olhares tristes, fortes
em noites que nada podia ser melhor.

Eu vivo guardando coisas
e memórias por onde passamos
rabiscando muros, roubando placas
falando alto, caindo, quebrando garrafas...

Amor bobo, de fase
fechado pros verões.
Rei e rainha da comodidade
cansados demais pra querer opções.

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