segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Gosto

Gosto quando a chuva chove de manhã,
quando céu amanhece coberto de lã...

Gosto do mundo,
quando nada parece com o mundo.

Gosto de gente dormindo,
gente calada, sem muitas opiniões.

Gosto de olhar e não ver muitas coisas,
gosto de poucas pessoas.

Gosto de andar olhando pro céu,
no céu nunca tem ninguém.

Gosto do farol vermelho na noite,
perfeitamente inútil, sem nunca se ressentir.

Gosto de não gostar,
de não me importar com quase ninguém.

Gosto de palavras,
de brigas e risadas.

Gosto de ser de você,
gosto de não ser ninguém,
e de não ser de ninguém também.

Gosto dos seus olhos pretos de graça,
gosto dos seus peitos, do seu jeito,
da sua cara de tarada...

Gosto de te comer com os olhos
e fingir fascínio quando você me dá bola,
de enrolar na cama
e falar do cazuza por horas...

Gosto quando tudo de repente importa,
e o amor meu se instala no seu pescoço,
nas suas costas, nos seus cantinhos,
no nosso apego pela imagem de casal cínico.

Gosto das cismas, dos diminutivos,
dos filhos que nunca teremos.

Gosto de pensar que vai tudo bem,
quando tudo está de mal a pior...

Gosto de você,
gosto de estar só.

Gosto de ser dúvida,
gosto de te ver dormir com a luz da lua...

Gosto das suas pintinhas,
das suas estrelinhas,
gosto dos cachos,
dos seus descasos,
do seu sorriso,
e do jeito que eu acredito
quando você fala que...

Tudo está tão bem assim,
tudo está tão bem.

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