Eu tinha uma porção de coisas boas pra escrever,
mas esqueci.
Eu tenho uma porção de coisas que devia esquecer,
mas escrevi.
Desata-me dessa loucura,
me tira essa dor de garoto,
essa coisa de quem sente demais,
de quem chora, quem ri,
de quem cora por qualquer bobagem.
Desata esse desassossego,
esse calor das minhas costas,
esse compromisso inadiável com o caráter,
a conduta e a vocação.
Me puxa, me lava,
me atira daqui desse alto,
do alto de toda essa sabedoria vã,
dessa perturbação.
Ah, um corte,
um corte só, bem aqui nas minhas veias mais sãs,
pra fazer sangria da minha humanidade,
da minha existência atada a esses valores tão pequenos,
do meu desagrado com o mundo,
desse detestável estado de quem vive ferido...
e pra viver melhor fere mais fundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário