Tristeza desce daí,
deixa de drama,
não precisa ser sempre assim,
não precisa ser nunca assim.
Vem, não some,
chega de ficar distante.
Desce que eu te faço um poema triste,
eu cantarolo um fado,
bolo um conto terminado em suicídio,
em assassinato...
desce, eu prometo que eu faço.
Subo pelas eras até tua varanda,
aprendo a arranhar um violão,
deixo de casmurrice e apronto uma serenata,
esquece que sou eu,
esquece que eu não sou de nada.
Vem, to pensando num romance,
tá difícil de escrever,
é em ipanema, saca?
Eu preciso de você.
Ela vai ser Maria Fernanda,
ele eu não sei, não consigo decidir,
no fim seremos nós,
mas agora ainda não importa
vou fingir que eu nunca quis.
Desce aqui pra conversar,
para de se esconder,
eu sei que é carnaval,
mas eu preciso mesmo de você.
Vem aqui vem,
aproveita que tá chovendo,
que tá nublado,
que eu to quietinho e mal acompanhado.
Prometo que eu fico sozinho uns dias,
que eu faço uma playlist de chorar,
não faltará desesperança pelas manhãs,
e nem trará o intento a madrugada...
Juro solenemente fidelidade a misantropia,
juro, juradinho, de mão espalmada sob a bíblia,
disponho minha existência a ser sua morada,
abdico da felicidade,
você é minha bem amada.
Desce, desce pra falar comigo,
vem ver o que eu tenho pra você...
Eu fiz um poema triste,
com a tristeza que me falta pra escrever.
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