domingo, 22 de fevereiro de 2015

Um qualquer a paisana

Nesses dias de ódio transitando nas entranhas
não há céu azul que me salve,
não há sorriso algum que me ache,
que me resgate e me torne um ser apresentável...

Nesses dias sou um estranho caminhando nas ruas,
sou um desalmado qualquer que não liga pra nada,
que não sofre de amor,
não amanhece, só tarda.

Sou um qualquer a paisana,
a tristeza das células,
um acidente, um percalço,
um desgraçado...

Sou como a terra vomitando cólera,
a convulsão de um viciado,
eu sou desesperança,
vago de peito vazio,
sabendo que nem bons aquários de morfina
me tirariam deste mood...

Não, não há o que me mude,
sou feito de blue songs,
sou como as cartas de amor que se extraviam,
navios que afundam seus grandes tesouros,
sou máscara, sou triste,
sou um pobre espírito de porco...

Sempre nesses dias,
nesses lindos dias de sol
onde uma parte de mim grita por sal,
onde eu não me aguento mais dentro de mim,
quando o amor me falta
e o total desconforto me toma pra si...

Sou um qualquer a paisana,
um desses que ninguém se importa,
que não tem história,
que não tem futuro e nem passado,
um desses que não vai ser lembrado.

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