quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Dia voa

O dia voa lá fora,
o tempo é lento,
é vento que faz barulho na janela,
já é setembro.

Daqui de dentro só noto coisas óbvias,
me foge tudo aquilo que não está bem debaixo do meu nariz,
só percebo mesmo o que me aparece na base da dor,
esse desassossego, esse aperto agudo no peito,
o mal-estar, esse não estar com você.

É um tremendo sofrimento,
sensação sufocante de que te perdendo
eu perdi uma parte importantíssima de mim,
uma grande parte, cheia de sentimentos bons,
de bons olhos para com o mundo,
de boa vida, vida fácil,
do jeito que gostávamos,
dando os jeitos que nós dávamos.

O dia voa lá fora,
o tempo é lento,
é vento que faz barulho na janela,
e ela...

Ela anda por aí dividindo a vida com outro,
perdendo tempo dessa vinda com outro,
sabe-se lá o que eu deveria fazer,
hoje só sei do que eu não fiz,
porque isso é tudo o que eu faço,
desfaço, desando,
desmancho, desato,
eu me despedaço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário