Que canta canções só a dois, só nós dois...
Eu e ela, e um céu sem fim no mar
Parecem nuvens brancas mas são ondas,
E batem na lua deserta em meio ao caos; desses precipícios sociais.
E os tais, nas suas coberturas,
cobrem mundos, mundos mudos, falsos leblons.
Ao som do silêncio da manhã em meio a tantos ideais perdidos,
Tantos choros, tantos risos...
Eu me afogo numa xícara de café, e sujo as mãos com o sangue capital do jornal.
Que mal... Que mal tem? Mal nenhum... "Mal nenhum a não ser a mim mesmo!"
Mas o silêncio me trai de repente, num grito insano e ruim
E era só mais um, mais um eu do lado que queria deixar de amar, deixar de sonhar,
Escrever só um final feliz, uma história real...
Sem mal nenhum, nas calçadas, e mesas de bar
Nas pilastras e pedras redondas, esculpidas pelo mar...
Sem mal nenhum, nos canudos, tirinhos, e sedas queimadas,
Nas viagens e dores anestesiadas, esculpidas pelo amor.
E feito poeta vivo vivendo milagres, cantando os desmaios, deslizes de Deus
Orvalhos, ensaios simples, dos que veem e não sabem... Da beleza que canta por si.
Menor esforço... Só ando torto pra enxergar melhor o mundo!
Só vivo torto pra que me chamem de vagabundo.
Menor esforço... Vivo assim sem cessar, sem negar um só verso,
Ao mais simples deslize que é uma lágrima de flor...
Não é orvalho, nem ato falho, é a tristeza de um lugar ao sol
Com tanta sombra por ai.
E de encontro a outros, em passos cordiais e sem valor
Eu vivo só de esmola... Vivo feito um beija flor.
Esse é o meu mundo, meu mundo mudo; cruel feliz...
Esse é o meu jeito; meu jeito tolo...
Não ver defeito e pesar os olhos pra quem não me faz feliz.
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