que canta canções só a dois, só nós dois...
Eu e ela, e um céu sem fim no mar,
parecem nuvens brancas, mas são ondas,
e batem na lua deserta em meio ao caos desses precipícios sociais.
E os tais, nas suas coberturas,
cobrem mundos, mundos mudos, falsos leblons.
Ao som do silêncio da manhã
e em meio a tantos ideais perdidos,
tantos choros, tantos risos...
Eu me afogo numa xícara de café,
sujo minhãs mãos com o sangue capital do jornal,
que mal... que mal tem?
Mal nenhum... mal nenhum a não ser a mim mesmo.
Mas o silêncio me trai de repente,
num grito insano, ruim,
e era só mais um, mais um eu do lado,
que queria deixar de amar, deixar de sonhar,
escrever só um final feliz, uma história real...
Sem mal nenhum nas calçadas e mesas de bar
nas pilastras e pedras redondas esculpidas pelo mar,
sem mal nenhum nos canudos, tirinhos e sedas queimadas,
nas viagens e dores anestesiadas, esculpidas pelo amor.
E feito poeta, eu vivo vivendo milagres,
cantando os desmaios, os deslizes de Deus,
orvalhos, ensaios simples,
dos que veem e não sabem,
de toda beleza que canta por si.
Menor esforço...
Só ando torto pra enxergar melhor o mundo,
só vivo torto pra que me chamem de vagabundo.
Menor esforço...
Vivo assim sem cessar, sem negar um só verso
ao mais simples deslize que é uma lágrima de flor.
Não é orvalho, nem ato falho,
é a tristeza de um lugar ao sol
com tanta sombra por ai.
E de encontro à outros,
em passos cordiais e sem valor
eu vivo só de esmola... vivo feito um beija flor.
Esse é o meu mundo, meu mundo mudo
cruel e feliz...
Esse é o meu jeito,
meu jeito tolo...
Não ver defeito,
pesar sempre os olhos pra quem não me faz feliz.
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