Já tarde apreciando a meia lua tua enquanto dormes,
vejo que a lua inteira imponente brilhando no céu
hoje ofusca boa parte das estrelas.
Ela é tão forte que nem a hora é meia
se posta inteira como deve ser.
E pelo céu dos meus devaneios mais secretos
eu desço procurando algo que ainda é meu, passeio em constelações,
me perco entre os corações passados, partidos, achados, perdidos.
E no ninho da lua e estrela então, desandei a viajar
e viajei melhor, sem delírios, sem me entorpecer,
mas de qualquer jeito acabo que caio sempre estagnado e feliz
surfando nas mil galáxias e formas do teu corpo nu...
Que conheço em palma; palmo a palmo
dos desejos, toques, medos, seus anseios
saltiados pelas reações e ações venéreas
arrepios, ruídos, cupídos, flechas...
Enquanto lá de cima ela embala ciumenta
os nossos amassos, seus laços de lingua,
teus beijos marcados nas minhas roupas
coisas loucas, nossas coisas loucas.
E do além, sem avisar, sem nem dizer
aqueles brilhos de repente invadem meus olhos que caem
como fossem fechados a força e apago tranquilo ao seu lado
Sob o brilho da lua inteira
que se mostra agora em pontas sob seu ninho de nuvens
encarando a meia lua tua que foi só minha nessa noite.
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