quinta-feira, 21 de julho de 2011

Crença no poeta

Procuro você nos lugares
onde mais paro e deixo estar

Procuro por pura carência
de perder-me pra sempre em tempos distantes

Vivo as palavras borradas,
escritas com sangue e lágrimas nos nossos papéis
nos palcos onde encenamos a felicidade
e hoje encontram-se menos reluzentes

Lembro dos tombos e da oposição
dos palavrões, das tiradas, dos tapas, dos beijos e arranhões
daquelas fofocas, das mesmas cadelas
e as suas que estavam sempre contra o seu.

Então procuro de novo cometer os nossos erros
em nome da crença no poeta
reivindicando a autoria de um crime lesa-poesia
pra ter mais um pouco de você em mim

Por que vivo sabendo mesmo distante
que cada batida do meu peito...

Ainda é você.

É saber com clareza que toda dor é certeza
e por fim que não existe um fim sem sofrer

E eu que me entrego, já nem luto pra mudar
não vejo mais por que deixar pra trás...

Se é assim que deve ser; e não mais "como tudo deve ser"
Prefiro viver e amar por dois
Já que é um fardo e é fato que ainda vivo por você.

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