Menina, a chuva na varanda não precisa ser nada,
estamos quentes e cobertos,
estamos perto demais do céu do nosso senhor.
Menina, a noite silenciosa tem bem mais amor,
estamos apaixonados,
estamos perto demais de viver a felicidade.
E eu estou seduzido pela tua aura de bondade,
seus olhos me ditam romances por dias inteiros;
e leem tragédias pura e docemente
como fossem poemas de um grande versador.
Menina, és minha fuga,
meu imã pra toda delícia que existe,
estamos tão firmes, nós somos tão jovens,
estamos tão perto de sermos pra sempre.
Vivos e vívidos,
nós somos o ímpeto, a verdadeira intuição,
somos dois que se entendem
nesse lugar cheio de desencontros e decepções.
Menina, quando for preciso dê seus passos para trás,
dê-me seus olhares de reprovação,
mas dê-me teu corpo também, teu sabor,
eu peço que entregue a mim seu amor
e os amargos que trazem essa louca legação.
Peço que deixe os seus olhos brilhantes,
brilhando ao meu lado, sempre,
peço teus beijos, teus abraços,
principalmente enquanto ainda somos tão jovens e lindos,
enquanto ainda somos tão vivos, tão vívidos,
enquanto vivemos de ímpeto e intuição.
E aqui desse lugar cheio de dissabor,
enquanto ainda somos só um suspiro nessa multidão vendida,
peço-te o impedível, o impossível,
peço-te pra agora todo amor que lhe tenho,
peço esse suspiro de amor, de paixão e desejo,
suspiro da vontade de um Deus imenso e misericordioso,
suspiro de um poder intangível e celestial que aqui nos une.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
domingo, 28 de fevereiro de 2016
Hoje não
Não me venha falar de amor hoje,
não hoje que o dia amanheceu assim com esse sol do Saara,
não me venha com essa de contos de fadas,
não me fale de bons finais, de finais felizes,
não mire um futuro comigo, não queira que eu fique,
não me apareça com nada disso por aqui; não hoje.
Não nesse dia que trouxe pra mim essa vontade mesquinha de ver tudo queimar,
de sentir o tempo escapar pelas mãos
e ver tudo de repente se tornar inalcançável,
não hoje nesse dia de desespero,
nesse presente estarrecedor,
com esse céu imenso e cheio de azul que me assassina, me envenena,
me faz sofrer como em sangria, morrendo pouco a pouco.
Não me venha com nenhuma ladainha de felicidade,
não me seduz essa idéia, eu não sinto nada mesmo,
meu melhor sentimento sempre foi essa saudade,
até quando não tinha nenhuma grande saudade,
ah, hoje só não quero nada do mundo,
não quero que esperem nada de mim,
nenhum estilhaço que seja bom ou ruim,
hoje eu não quero a sua piedade,
seu amor, seu sorriso, sua graça,
por favor, não me apareça aqui alimentando alguma dessas farsas.
Não hoje, não hoje que os homens andam por aí de cabeça baixa,
que o preço da gasolina subiu,
que o túnel rebouças engarrafou,
que árvore da lagoa acendeu, que dezembro chegou
e o verão estacionou bem aqui em cima de nossas cabeças,
hoje não, por favor, hoje não.
Espere que anoiteça, que a lua apareça,
que todos se acalmem, que suma essa aura absurda de desespero,
que os surdos ouçam e os cegos enxerguem,
que os loucos sanem e as mulheres apaixonadas não sofram,
que os jovens casais não se desiludam
e as crianças todas tenham um lindo futuro,
venha pra mim falar de amor
no dia que eu me sentir mais leve e seguro,
enquanto isso não fale, não queira, não ame,
não hoje, hoje não.
não hoje que o dia amanheceu assim com esse sol do Saara,
não me venha com essa de contos de fadas,
não me fale de bons finais, de finais felizes,
não mire um futuro comigo, não queira que eu fique,
não me apareça com nada disso por aqui; não hoje.
Não nesse dia que trouxe pra mim essa vontade mesquinha de ver tudo queimar,
de sentir o tempo escapar pelas mãos
e ver tudo de repente se tornar inalcançável,
não hoje nesse dia de desespero,
nesse presente estarrecedor,
com esse céu imenso e cheio de azul que me assassina, me envenena,
me faz sofrer como em sangria, morrendo pouco a pouco.
Não me venha com nenhuma ladainha de felicidade,
não me seduz essa idéia, eu não sinto nada mesmo,
meu melhor sentimento sempre foi essa saudade,
até quando não tinha nenhuma grande saudade,
ah, hoje só não quero nada do mundo,
não quero que esperem nada de mim,
nenhum estilhaço que seja bom ou ruim,
hoje eu não quero a sua piedade,
seu amor, seu sorriso, sua graça,
por favor, não me apareça aqui alimentando alguma dessas farsas.
Não hoje, não hoje que os homens andam por aí de cabeça baixa,
que o preço da gasolina subiu,
que o túnel rebouças engarrafou,
que árvore da lagoa acendeu, que dezembro chegou
e o verão estacionou bem aqui em cima de nossas cabeças,
hoje não, por favor, hoje não.
Espere que anoiteça, que a lua apareça,
que todos se acalmem, que suma essa aura absurda de desespero,
que os surdos ouçam e os cegos enxerguem,
que os loucos sanem e as mulheres apaixonadas não sofram,
que os jovens casais não se desiludam
e as crianças todas tenham um lindo futuro,
venha pra mim falar de amor
no dia que eu me sentir mais leve e seguro,
enquanto isso não fale, não queira, não ame,
não hoje, hoje não.
Sabemos
Estive em lugares escuros
querendo me perder de você,
procurei a morte nas esquinas,
desejei navalha e estricnina,
só porque não aguentava te ver feliz,
eu já não suportava ver o que eu via.
Você nunca pertenceu a aquele outro,
nós dois sabemos que ainda somos nós,
nós dois ainda temos tanto carinho por tudo,
que às vezes eu penso que não existo sem você...
Eu só despenco por aí pelas escadas,
vivendo errado, sendo mais um,
sentindo falta do seu amor,
sofrendo do desequilíbrio que a ausência dos teus olhos me dá,
perdendo-me de mim mesmo,
apenas por ainda tentar te esquecer.
E há dias em que acordo ofegante, te procurando,
dias em que eu pego o telefone pra te ligar,
assim à toa, pra saber qualquer coisa,
saber como anda essa vida sem mim,
saber como você está, ouvir a sua voz,
te arrancar uma risada,
te fazer lembrar de mim sendo como eu realmente sou,
e não desse jeito ruim,
desse quadro desastroso que você pintou pra fugir.
Estive em lugares estranhos,
eu caí em armadilhas da vida,
eu perdi muito mais do que ganhei,
mas foi você quem mais fez doer,
foi nas suas mãos que eu pensei em não ter mais coração,
foi sob a sua guarda que essa minha existência amarga tomou forma.
E foi tudo tentando te largar por aí,
tentando me esquecer de você,
querendo distância de suas delícias,
procurando avivar seus defeitos,
desmontando o que havia ainda de você dentro de mim.
Mas você nunca pertenceu a aquele outro,
você nunca foi embora,
e nós dois sabemos disso,
disso tudo que não termina aqui.
querendo me perder de você,
procurei a morte nas esquinas,
desejei navalha e estricnina,
só porque não aguentava te ver feliz,
eu já não suportava ver o que eu via.
Você nunca pertenceu a aquele outro,
nós dois sabemos que ainda somos nós,
nós dois ainda temos tanto carinho por tudo,
que às vezes eu penso que não existo sem você...
Eu só despenco por aí pelas escadas,
vivendo errado, sendo mais um,
sentindo falta do seu amor,
sofrendo do desequilíbrio que a ausência dos teus olhos me dá,
perdendo-me de mim mesmo,
apenas por ainda tentar te esquecer.
E há dias em que acordo ofegante, te procurando,
dias em que eu pego o telefone pra te ligar,
assim à toa, pra saber qualquer coisa,
saber como anda essa vida sem mim,
saber como você está, ouvir a sua voz,
te arrancar uma risada,
te fazer lembrar de mim sendo como eu realmente sou,
e não desse jeito ruim,
desse quadro desastroso que você pintou pra fugir.
Estive em lugares estranhos,
eu caí em armadilhas da vida,
eu perdi muito mais do que ganhei,
mas foi você quem mais fez doer,
foi nas suas mãos que eu pensei em não ter mais coração,
foi sob a sua guarda que essa minha existência amarga tomou forma.
E foi tudo tentando te largar por aí,
tentando me esquecer de você,
querendo distância de suas delícias,
procurando avivar seus defeitos,
desmontando o que havia ainda de você dentro de mim.
Mas você nunca pertenceu a aquele outro,
você nunca foi embora,
e nós dois sabemos disso,
disso tudo que não termina aqui.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
A entrega
Chama-se "A entrega", finalmente a nomeei,
e faz muito sentido, sou mesmo esse perdedor,
vivo entregue, estou sempre disposto a desistência,
sempre à fim de um cessar-fogo,
eu sou do lado rendido,
eu sou do canto mais escuro.
E a entrega nada mais é, que eu mesmo,
nada menos que eu, apenas,
um,
só,
ser.
Ser que ao ouvir qualquer divagação cansativa,
qualquer dilema mais intenso,
qualquer vontade que absorva demais... entrega-se;
desiste, pula fora,
vai e diz adeus a todos em saudação de carnaval,
parte, sai com tudo...
Some das vistas dos homens de exatas,
dos intrépidos imodestos,
dos loucos de pedra,
dos existencialistas,
modernistas, dos que falam muito
e dos que ouvem demais,
dos burros e inteligentes,
de todos os insistentes também.
E dá-se a fuga nada sorrateiramente,
dá-se como grande vitória,
como momento de paz e provação,
dá-se como verdadeiro carnaval,
momento de amor ao próximo e a si mesmo;
Dá-se a fuga em grande estilo,
acontece com maestria,
com sorriso de canto de boca e olhos fixos
nas infinitas possibilidades que existem logo a frente.
E a entrega é grande companheira também,
doadora de tristezas e felicidades,
de momentos atordoadores
mas também de grande plenitude.
E dá-se a entrega sempre com essa absoluta certeza,
essa certeza que existe nas coisas mais vívidas,
como há na infalibilidade do dia que nascerá amanhã de manhã.
A entrega é amor e dor,
amore e fiore, l'amour toujours.
A entrega é solitude, multidão,
é perder-se e encontrar-se,
é para o fim, sempre novo começo.
e faz muito sentido, sou mesmo esse perdedor,
vivo entregue, estou sempre disposto a desistência,
sempre à fim de um cessar-fogo,
eu sou do lado rendido,
eu sou do canto mais escuro.
E a entrega nada mais é, que eu mesmo,
nada menos que eu, apenas,
um,
só,
ser.
Ser que ao ouvir qualquer divagação cansativa,
qualquer dilema mais intenso,
qualquer vontade que absorva demais... entrega-se;
desiste, pula fora,
vai e diz adeus a todos em saudação de carnaval,
parte, sai com tudo...
Some das vistas dos homens de exatas,
dos intrépidos imodestos,
dos loucos de pedra,
dos existencialistas,
modernistas, dos que falam muito
e dos que ouvem demais,
dos burros e inteligentes,
de todos os insistentes também.
E dá-se a fuga nada sorrateiramente,
dá-se como grande vitória,
como momento de paz e provação,
dá-se como verdadeiro carnaval,
momento de amor ao próximo e a si mesmo;
Dá-se a fuga em grande estilo,
acontece com maestria,
com sorriso de canto de boca e olhos fixos
nas infinitas possibilidades que existem logo a frente.
E a entrega é grande companheira também,
doadora de tristezas e felicidades,
de momentos atordoadores
mas também de grande plenitude.
E dá-se a entrega sempre com essa absoluta certeza,
essa certeza que existe nas coisas mais vívidas,
como há na infalibilidade do dia que nascerá amanhã de manhã.
A entrega é amor e dor,
amore e fiore, l'amour toujours.
A entrega é solitude, multidão,
é perder-se e encontrar-se,
é para o fim, sempre novo começo.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Menina lua
Estou cada vez mais certo do seu amor
e nenhuma dor há de me prejudicar, assim,
com essa vontade que hoje eu tenho
de te ter pra mim,
de ter você comigo aqui...
Nessas noites de sol,
nos dias de lua,
nas areias brancas do mundo,
nos mares com mais tons de azul
que os seus olhos tem de esmeraldas.
Eu quero você comigo,
eu quero você pra mim,
Lua, sol da minha vida,
Lua, sol da minha vida...
Amor, meu astro maior,
meu sol, minha lua,
Amor, sol da minha vida,
astro maior, coisa mais linda;
Redentor do meu Corcovado,
coisa mais linda.
Vidigal do meu Dois Irmãos,
coisa mais linda.
Lua, sol da minha vida,
Lua, sol da minha vida,
Pedra do meu Arpoador,
coisa mais linda,
Baixo do meu Leblon,
coisa mais linda
Lua, sol da minha vida,
Lua, coisa mais linda.
e nenhuma dor há de me prejudicar, assim,
com essa vontade que hoje eu tenho
de te ter pra mim,
de ter você comigo aqui...
Nessas noites de sol,
nos dias de lua,
nas areias brancas do mundo,
nos mares com mais tons de azul
que os seus olhos tem de esmeraldas.
Eu quero você comigo,
eu quero você pra mim,
Lua, sol da minha vida,
Lua, sol da minha vida...
Amor, meu astro maior,
meu sol, minha lua,
Amor, sol da minha vida,
astro maior, coisa mais linda;
Redentor do meu Corcovado,
coisa mais linda.
Vidigal do meu Dois Irmãos,
coisa mais linda.
Lua, sol da minha vida,
Lua, sol da minha vida,
Pedra do meu Arpoador,
coisa mais linda,
Baixo do meu Leblon,
coisa mais linda
Lua, sol da minha vida,
Lua, coisa mais linda.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Paixão pelas que desistem
Nutro amor inexplicável por gente que desiste,
sinto forte identificação,
sofro junto, quase choro,
há uma enorme compaixão.
E elas quase sempre desistem primeiro,
principalmente se o assunto sou eu,
elas sempre desistem de mim,
não conseguem entender o que falo
e muito menos tudo aquilo que eu não digo.
E assim, sofro como cão sem dono,
passando por elas, atravessando aquelas vidas,
e sendo deixado para outra hora,
sendo deixado para depois;
é incrível como elas sempre desistem de mim.
E eu, eu só mantenho esse meu amor em silêncio,
faço um ritual na fonte inesgotável que há em mim,
e rezo baixinho, peço novamente por amor táctil,
amor daqueles que temos por coisas pequenas,
por pequenas coisas que às vezes são importantes demais.
Peço, mas peço por pedir,
não me faço de difícil,
qualquer deslize, qualquer dúvida,
e eu desisto.
Sou desses, sou disso,
nada que eu quero eu realmente preciso,
nem de amor,
seja ele incorpóreo ou tangível.
Nutro amor, sim, mas não mais por elas,
é tudo pela capacidade delas de me abandonarem,
pela facilidade com que desistem,
pela falta daquele amor constante
que dura vidas e inspira mortes.
Na verdade,
hoje eu nutro amor é por essa cumplicidade não planejada,
essa forte identificação, essa coisa perversa e doce,
essa compaixão absurda pelos seres que desistem,
seres que abrem mão de qualquer coisa.
sinto forte identificação,
sofro junto, quase choro,
há uma enorme compaixão.
E elas quase sempre desistem primeiro,
principalmente se o assunto sou eu,
elas sempre desistem de mim,
não conseguem entender o que falo
e muito menos tudo aquilo que eu não digo.
E assim, sofro como cão sem dono,
passando por elas, atravessando aquelas vidas,
e sendo deixado para outra hora,
sendo deixado para depois;
é incrível como elas sempre desistem de mim.
E eu, eu só mantenho esse meu amor em silêncio,
faço um ritual na fonte inesgotável que há em mim,
e rezo baixinho, peço novamente por amor táctil,
amor daqueles que temos por coisas pequenas,
por pequenas coisas que às vezes são importantes demais.
Peço, mas peço por pedir,
não me faço de difícil,
qualquer deslize, qualquer dúvida,
e eu desisto.
Sou desses, sou disso,
nada que eu quero eu realmente preciso,
nem de amor,
seja ele incorpóreo ou tangível.
Nutro amor, sim, mas não mais por elas,
é tudo pela capacidade delas de me abandonarem,
pela facilidade com que desistem,
pela falta daquele amor constante
que dura vidas e inspira mortes.
Na verdade,
hoje eu nutro amor é por essa cumplicidade não planejada,
essa forte identificação, essa coisa perversa e doce,
essa compaixão absurda pelos seres que desistem,
seres que abrem mão de qualquer coisa.
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Sozinho
Amor, estive a noite inteira aqui sentado,
dividindo o quarto com o cheiro aconchegante do café,
agora está tão tarde que já é quase cedinho
e você sabe como eu gosto de ficar sozinho assim,
como eu gosto de parar pra ver tempo passar.
Amor, você não é mais minha rainha,
não vai me dar mais aquelas princesinhas,
eu te perdi pra ver tempo passar,
e hoje estou aqui, assistindo um outro carnaval,
ah, nem parece que faz tanto tempo assim,
de quando em vez ainda sinto seu cheiro
e às vezes penso que ouço você falando comigo,
reclamando, dizendo o quanto é ruim
esse meu jeito de querer fazer o mundo parar,
mostrando como eu sou mesmo muito difícil de lhe dar.
Ah, mas eu nunca gostei tanto de nada como eu gosto de você,
ainda mais agora que não posso ter,
agora que você desistiu de mim
e arranjou um outro amor pra te fazer feliz...
Mas sabe, hoje te sentir tão longe é como não sentir,
viver essa distância é como não viver,
e eu estive essa noite inteira aqui sentado,
dividindo o quarto com essa falta que você me faz,
fazendo o que melhor eu sei fazer,
esperando o tempo passar,
deixando o mundo de lado pra poder chorar em paz,
pra nunca esquecer de você,
não esquecer que amei alguém assim tão docemente,
lembrar que não sou esse canalha que você guardou pra si,
lembrar que existem coisas muito além do seu olhar.
Mas eu nunca gostei tanto de nada como eu gosto de você,
e agora que não posso ter,
agora que você me deixou aqui,
eu acho que não consigo mais viver... sozinho.
dividindo o quarto com o cheiro aconchegante do café,
agora está tão tarde que já é quase cedinho
e você sabe como eu gosto de ficar sozinho assim,
como eu gosto de parar pra ver tempo passar.
Amor, você não é mais minha rainha,
não vai me dar mais aquelas princesinhas,
eu te perdi pra ver tempo passar,
e hoje estou aqui, assistindo um outro carnaval,
ah, nem parece que faz tanto tempo assim,
de quando em vez ainda sinto seu cheiro
e às vezes penso que ouço você falando comigo,
reclamando, dizendo o quanto é ruim
esse meu jeito de querer fazer o mundo parar,
mostrando como eu sou mesmo muito difícil de lhe dar.
Ah, mas eu nunca gostei tanto de nada como eu gosto de você,
ainda mais agora que não posso ter,
agora que você desistiu de mim
e arranjou um outro amor pra te fazer feliz...
Mas sabe, hoje te sentir tão longe é como não sentir,
viver essa distância é como não viver,
e eu estive essa noite inteira aqui sentado,
dividindo o quarto com essa falta que você me faz,
fazendo o que melhor eu sei fazer,
esperando o tempo passar,
deixando o mundo de lado pra poder chorar em paz,
pra nunca esquecer de você,
não esquecer que amei alguém assim tão docemente,
lembrar que não sou esse canalha que você guardou pra si,
lembrar que existem coisas muito além do seu olhar.
Mas eu nunca gostei tanto de nada como eu gosto de você,
e agora que não posso ter,
agora que você me deixou aqui,
eu acho que não consigo mais viver... sozinho.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Malditas flores
No fundo eu sempre estive ali
perdido entre a decisão e a poesia,
de olhos ressentidos desbravando algum lugar
entre minha alma e o resto de mim.
Acontece que eu sempre estive longe,
eu nunca fui meu mesmo,
havia alguma coisa ali, além,
alguma coisa muito forte, sentimento flutuante,
um ódio, uma tristeza inexaurível.
Algo que existia e só,
que não se sabia bem o que era,
algo que só se sente,
se sente, e dói,
e dói mais ainda esse não saber.
Porque no fundo eu sempre estive ali,
presente nesse não estar,
nesse não saber,
feliz com toda ausência,
satisfeito em sentir falta e em sê-la,
acostumado a todo fim,
ao desabar de novos e velhos castelos,
ao derramar das lágrimas boas e ruins,
ao fundo do poço, ao poço mais fundo,
eu sempre estive ali.
E estive assim, como quem não quer nada,
como quem não quer nada mesmo,
movido a minhas dores,
aos meus bons e maus momentos,
tracionado pelo mundo que não conheci,
regado pelo desgosto,
pela total inexistência desse amor que nunca tive,
amor que nunca recebi,
embrenhado na mata das paixões sem sentido,
cortado pelo arame dos ressentimentos que guardo comigo,
me afogando no mar das lonjuras que sinto.
No fundo, é,
eu sempre estive ali,
no fundo.
Morto,
vivendo de outras vidas,
Regando os mesmos erros,
e as mesmas dores.
Vivendo de novo,
morrendo de novo.
Colhendo sempre as mesmas malditas flores.
perdido entre a decisão e a poesia,
de olhos ressentidos desbravando algum lugar
entre minha alma e o resto de mim.
Acontece que eu sempre estive longe,
eu nunca fui meu mesmo,
havia alguma coisa ali, além,
alguma coisa muito forte, sentimento flutuante,
um ódio, uma tristeza inexaurível.
Algo que existia e só,
que não se sabia bem o que era,
algo que só se sente,
se sente, e dói,
e dói mais ainda esse não saber.
Porque no fundo eu sempre estive ali,
presente nesse não estar,
nesse não saber,
feliz com toda ausência,
satisfeito em sentir falta e em sê-la,
acostumado a todo fim,
ao desabar de novos e velhos castelos,
ao derramar das lágrimas boas e ruins,
ao fundo do poço, ao poço mais fundo,
eu sempre estive ali.
E estive assim, como quem não quer nada,
como quem não quer nada mesmo,
movido a minhas dores,
aos meus bons e maus momentos,
tracionado pelo mundo que não conheci,
regado pelo desgosto,
pela total inexistência desse amor que nunca tive,
amor que nunca recebi,
embrenhado na mata das paixões sem sentido,
cortado pelo arame dos ressentimentos que guardo comigo,
me afogando no mar das lonjuras que sinto.
No fundo, é,
eu sempre estive ali,
no fundo.
Morto,
vivendo de outras vidas,
Regando os mesmos erros,
e as mesmas dores.
Vivendo de novo,
morrendo de novo.
Colhendo sempre as mesmas malditas flores.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Aprontou
Ela me aprontou mais uma,
deu pra aparecer de novo nos meus sonhos,
quis que fosse hoje,
exatamente quando fez um ano.
Poderia ser coincidência,
provavelmente algo do subconsciente,
mas me chocou essa coisa das datas baterem,
me deu um susto, senti um aperto,
os olhos se encheram de lágrimas.
É, besteira, acho que ando muito chorão,
mas é que ela sempre foi um ponto fraco,
sempre trouxe mais de uma sensação,
tinhamos um troço transcendente,
coisa de alma, de vidas, de tempos distantes,
talvez ela me abandone todas as vezes,
talvez por isso o amor só cresça,
talvez por isso eu seja assim tão triste.
Ela me aprontou mais uma
e me deixou assim pra baixo em pleno carnaval,
me arrancou de mim mesmo
e chutou pra um canto escuro com cheiro de veneno,
fazendo referência há outros tempos,
pediu desculpas, alegou esquecimento.
Ela me aprontou mais uma,
já não se importa mais com nada,
não se importa mais comigo,
não tem coração,
não tem amor nenhum,
esqueceu, perdeu-se de mim...
Me trocou, sumiu deixando apenas
a lembrança de sua candura,
dos olhos vívidos
e do sorriso fácil que sempre trazia.
deu pra aparecer de novo nos meus sonhos,
quis que fosse hoje,
exatamente quando fez um ano.
Poderia ser coincidência,
provavelmente algo do subconsciente,
mas me chocou essa coisa das datas baterem,
me deu um susto, senti um aperto,
os olhos se encheram de lágrimas.
É, besteira, acho que ando muito chorão,
mas é que ela sempre foi um ponto fraco,
sempre trouxe mais de uma sensação,
tinhamos um troço transcendente,
coisa de alma, de vidas, de tempos distantes,
talvez ela me abandone todas as vezes,
talvez por isso o amor só cresça,
talvez por isso eu seja assim tão triste.
Ela me aprontou mais uma
e me deixou assim pra baixo em pleno carnaval,
me arrancou de mim mesmo
e chutou pra um canto escuro com cheiro de veneno,
fazendo referência há outros tempos,
pediu desculpas, alegou esquecimento.
Ela me aprontou mais uma,
já não se importa mais com nada,
não se importa mais comigo,
não tem coração,
não tem amor nenhum,
esqueceu, perdeu-se de mim...
Me trocou, sumiu deixando apenas
a lembrança de sua candura,
dos olhos vívidos
e do sorriso fácil que sempre trazia.
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