segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Elegia

Menina, a chuva na varanda não precisa ser nada,
estamos quentes e cobertos,
estamos perto demais do céu do nosso senhor.

Menina, a noite silenciosa tem bem mais amor,
estamos apaixonados,
estamos perto demais de viver a felicidade.

E eu estou seduzido pela tua aura de bondade,
seus olhos me ditam romances por dias inteiros;
e leem tragédias pura e docemente
como fossem poemas de um grande versador.

Menina, és minha fuga,
meu imã pra toda delícia que existe,
estamos tão firmes, nós somos tão jovens,
estamos tão perto de sermos pra sempre.

Vivos e vívidos,
nós somos o ímpeto, a verdadeira intuição,
somos dois que se entendem
nesse lugar cheio de desencontros e decepções.

Menina, quando for preciso dê seus passos para trás,
dê-me seus olhares de reprovação,
mas dê-me teu corpo também, teu sabor,
eu peço que entregue a mim seu amor
e os amargos que trazem essa louca legação.

Peço que deixe os seus olhos brilhantes,
brilhando ao meu lado, sempre,
peço teus beijos, teus abraços,
principalmente enquanto ainda somos tão jovens e lindos,
enquanto ainda somos tão vivos, tão vívidos,
enquanto vivemos de ímpeto e intuição.

E aqui desse lugar cheio de dissabor,
enquanto ainda somos só um suspiro nessa multidão vendida,
peço-te o impedível, o impossível,
peço-te pra agora todo amor que lhe tenho,
peço esse suspiro de amor, de paixão e desejo,
suspiro da vontade de um Deus imenso e misericordioso,
suspiro de um poder intangível e celestial que aqui nos une.

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