Andavas tão desavisada,
abençoada pelo acaso, perdida por tantos caminhos.
E esses olhos escuros que deram nome a ternura
hoje já não brilham por qualquer rapaz...
Lágrimas desceram tanto
que enrugaram as mãos
de quem nada tinha a ver com isso.
Prantos em tantas partes da cidade,
loucuras, chuvas de verdades
que a madrugada vem gritar aos seus ouvidos...
Chora, menina, chora que faz bem chorar
e vai deitar junto a quem lhe fez despetalar.
Abraça o espinho que te corta
e vê se não se faz de morta,
que a madrugada ainda tem muito pra te mostrar,
muito pra machucar.
E esses corações levianos,
ficam jovens com o passar dos anos...
Cruéis como a rotina de quem vive por viver
e não faz planos pra não sofrer.
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