sábado, 9 de abril de 2011

Já são quase vinte

Quase vinte a mil por hora
e ainda não sei pra onde vou.

Bateu um desespero de repente
e eu percebi que o tempo não parou...

E as esquinas não me dizem mais nada,
não vejo as pedras falarem de amor...

Minhas meninas estão diferentes
e todas elas querem mais do que eu sou,
merecem mais do que eu sou.

É que tudo que eu tenho, hoje é o que eu tenho pra dizer
e umas medalhas na parede, tintas, letras de amor.
Fotos, retratos, rabiscos, momentos, sorrisos,
de tempos que eu queria poder lembrar bem mais...

Quase vinte a mil por hora
e ainda não sei pra onde vou.

Bateu um desespero de repente
e eu percebi que o tempo não parou.

A paisagem muda pouco, o mesmo céu e o mesmo mar,
prédios, casas, ruas, cristo redentor, meu lar.

Mesmos barulhos da sacada, mesma árvore da sorte.

Mesmo brinde em família que ainda me lembra a morte.

E o tempo não parou, e o tempo não parou,
e o tempo não parou por aqui...

É que tudo que eu tenho, hoje é o que eu tenho pra dizer
e cicatrizes pelo rosto, brigas, lágrimas e um olhar fosco
de quem sempre quis um pouco mais, sonhou um pouco mais.

Olhares, lugares, meus sons preferidos, ruídos,
vultos entorpecidos e os meus velhos óculos escuros.

E o tempo não parou, e o tempo não parou,
e o tempo não parou por aqui...

É que tudo que eu tenho, hoje é o que eu tenho pra dizer
e isso nem me faz sentir melhor.

Um comentário: